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sábado, 30 de janeiro de 2016

[Filme] Shaun the Sheep Movie (2015), de Mark Burton & Richard Starzak


Título Original: Shaun the Sheep Movie
Título em Português: A Ovelha Choné: O Filme
Realização: Mark Burton & Richard Starzak
Argumento: Mark Burton, Richard Starzak, Nick Park, Callum Blades
Elenco Principal: Justin Fletcher, John Sparkes, Omid Djalili
Ano: 2015 | Duração: 85 mins
Sinopse:
Choné, uma ovelha esperta e matreira, vive com o seu rebanho na quinta Vale Verdejante sob a supervisão do Agricultor e de Bitzer, um cão pastor com boas intenções, mas pouco eficaz. Apesar dos esforços da Ovelha Choné, a vida na quinta caiu numa rotina enfadonha e ela conjura um plano engenhoso para conseguir um dia de folga. No entanto, o plano da Ovelha Choné descontrola-se rapidamente e faz com que o indefeso Agricultor acabe longe da quinta. Com a ajuda do rebanho, Choné tem de deixar a quinta pela primeira vez e viajar até à Grande Cidade, para salvar o Agricultor… e falhar não é uma opção. Mas, como irão as ovelhas sobreviver? Conseguirão passar despercebidas, evitar que descubram que são ovelhas e dessa forma manterem-se a salvo das garras do malvado funcionário do controlo animal?

Opinião:
Começo por dizer que não sou grande fã da Ovelha Choné e, por esse motivo, apenas vi este filme devido à nomeação aos Óscares. E pouco terei a dizer em relação a este filme. É um filme fofinho, a Choné a ovelha mais inteligente e divertida que já vi, mas um filme com mais de uma hora sobre esta pequena personagem é, parece-me a mim, demasiado.

Não posso deixar de referir o tipo de animação, que gosto imenso, e que tem um bom argumento – como já disse em relação ao Menino e o Mundo - um filme sem diálogo pode contar uma boa estória e Shaun the Sheep Movie fê-lo.

Fora isto que acabei de referir o filme não me tocou de forma nenhuma. Achei, até certo ponto, um pouco aborrecido e algo repetitivo. Concedo que seja adorável para as crianças, mas eu acredito que um filme de animação é extraordinário quando consegue soltar-se das amarras de “filme para crianças” e a Ovelha Choné não conseguiu.



quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

[Livro] Um encontro muito ousado, de Emma Wildes


Título Original: Isn't He Wicked
Título em Português: Um encontro muito ousado
Série: Wickedly Yours #2
Autor(a): Emma Wildes
Editora: Planeta
Páginas: 264
Data de Publicação: Janeiro de 2016

Sinopse:
Lorde Joshua Dane é um homem com um passado perverso. Um romance apaixonado com a mulher errada conduziu-o a um duelo escandaloso, marcou-o como um patife e levou-o a abandonar Inglaterra. Agora que a guerra acabou e regressou, contando que a desaprovação implacável da sociedade se tenha aplacado, o destino prega-lhe de novo uma partida.

Opinião:
Para começar, gosto bastante da Emma Wildes, mas tenho vindo a achar que os últimos livros dela têm perdido qualidade. Porém, este trouxe-a de volta à sua antiga glória.

Começo por dizer que este livro tinha muitas cenas sexuais, já não lia um assim há algum tempo, e apesar de achar que sexo a mais (ou a menos) pode estragar o seguimento de uma história, nesta apenas apimentou o enredo.

Joshua, o nosso protagonista, e os seus amigos Liam e Michael, são três jovens nobres que têm segredos e passados feridos devido a problemas amorosos. John foi alvo de um escândalo amoroso e, ao tentar proteger a sua irmã Emily mesma sorte, acaba por se ver ligado a Charity, a melhor amiga desta e alguém que desde o início da sua adolescência tinha uma paixoneta por ele.

Joshua, Liam e Michael fizeram entre si a promessa de não se casarem e de muito menos de se apaixonarem por qualquer mulher. Quando o primeiro se vê forçado a quebrar essa promessa, os amigos começam a pensar se o mesmo lhes poderá acontecer mais tarde. Gostei particularmente do companheirismo entre eles, principalmente de Michael, o marquês de Longhaven que trabalha (ou trabalhou) para a Coroa Britânica lidando com criminosos, etc.

Charity foi uma personagem mais fraquita. Gostei dela e achei que está bem construída para alguém desta época, contudo faltou-lhe alguma independência e gumption a que me habituei com personagens mais senhoras de si. Há que elogiar que Charity é uma amiga que não abandona ninguém, a custo da sua própria reputação.

Só tenho uma coisa a apontar a este livro: a resolução dos problemas que foram aparecendo foi demasiado rápida. Não vou dizer o que se interpôs na felicidade dos protagonistas mas digo que poderia ter existido uma história, até uma aventura muito mais intrigante do que o resultado final apresentado, que me pareceu que foi resolvido num estalar de dedos e, sinceramente de forma algo exagerada.

Mas isso acaba por passar ao lado, com um livro tão sensual e fácil de ler como este foi. Sem dúvida, Emma Wildes recuperou a sua qualidade a meu ver, com este romance que me prendeu da primeira à última página.


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

[Filme] O Menino e o Mundo, de Alê Abreu


Título Original: O Menino e o Mundo
Realização: Alê Abreu
Argumento: Alê Abreu
Elenco Principal: Vinicius Garcia, Marco Aurélio Campos, Lu Horta
Ano: 2015 | Duração: 80 mins
Sinopse:
Sofrendo com a falta do pai, um menino deixa sua aldeia e descobre um mundo fantástico dominado por máquinas-bichos e estranhos seres. Uma inusitada animação com várias técnicas artísticas que retrata as questões do mundo moderno através do olhar de uma criança.

Opinião:
As coisas maravilhosas que se conhecem ao ver a lista de nomeados para os Óscares… O Menino e o Mundo é uma dessas pérolas fantásticas. A primeira surpresa foi quando descobri que se tratava de uma animação brasileira dentro do leque de Melhor Animação. Depois, foi a sua extraordinária estória, simplicidade e pureza.

O Menino e o Mundo é facilmente resumido como simples, puro e ingénuo, contando a estória pela perspectiva de uma criança que vai descobrir o mundo por sentir a ausência do pai, mas há tanto mais a descobrir. Um filme extraordinário que não precisa de diálogos para uma mostrar uma estória tão bonita e sentida. Um tipo de animação muito particular, onde várias técnicas se juntam para criar uma obra singular e surreal: colagem que se junta ao desenho manual e outras tantas técnicas, acentuando a desigualdade das personagens e espaços.

Alê Abreu conseguiu criar o equilíbrio perfeito no ritmo deste filme: existem momentos mais lentos, mas há também aqueles momentos velozes e tão complexos que nos custa a acompanhar. E essa é parte da beleza deste filme. Mostrar o mundo frenético pelos olhos da criança; os bichos mecânicos que tomam o lugar dos homens e das mulheres - criaturas assustadoras, maquinais, sem identidade. Em contraste a estes momentos pesados, escuros e mortiços, há explosões de cores, felicidade e ritmos extraordinários.

O Menino e o Mundo foi uma agradável surpresa que irá ficar no meu coração para sempre. Um filme extraordinário que merece a nomeação teve. Um filme bem mais complexo do que aparenta e digno de ser visto e revisto.




domingo, 24 de janeiro de 2016

[Livro] Marked, de Kim Richardson


Título Original: Marked
Título em Português: --
Série: Soul Guardians #1
Autor(a): Kim Richardson
Editora: CreateSpace Independent Publishing Platform
Páginas: 288
Data de Publicação: 15 de Março de 2011

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Sinopse:
Sixteen-year-old Kara Nightingale’s ordinary life is suddenly turned upside down when she dies and wakes up in a strange new world with a new career—as a rookie for the Guardian Angel Legion. Kara is pulled into the supernatural, where monkeys drive the elevators, oracles scurry above giant crystal balls, and where demons feed on the souls of mortals. With the help of her Petty Officer and friend, David, Kara hurtles towards an adventure that will change her life forever…

Opinião:
Um livro com anjos da guarda pareceu-me que daria uma leitura interessante.

Começo por dizer que gosto das cores da capa e este livro fazia parte daqueles livritos grátis da amazon, e foi lido numa daquelas alturas que não nos apetece ler nada de mais.

Kara Nightingale é a nossa protagonista e está viva durante muito pouco tempo. É escolhida para ser Anjo da Guarda pelo “Chefe” e é aqui que a história verdadeiramente começa. Kara é atribuída como caloira em treino a David, que lhe vai ensinar tudo o que ela precisa de saber para lutar contra demónios e trevas que tentam roubar as almas das pessoas.

Este livro é tipicamente YA e talvez tenha sido um pouco infantil demais para o meu gosto. Gostei da premissa inicial, de proteger as almas, mas achei que faltou um pouco de substância ao livro. Até gostaria de ler os seguintes, mas havendo tantos livros que me agradaram mais, acho que este não terá seguimento da minha parte.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Maratona Literária - 1º Aniversário (inscrições)


No mês de Fevereiro o blog Pepita Mágica festeja o seu primeiro aniversário e, em forma de comemoração, decidimos organizar a nossa primeira Maratona Literária! Criamos algumas regras, para que exista uma certa organização, limites e que seja justo para todxs. Esta é a nossa primeira maratona, por isso é possível que algumas coisas ainda tenham que ser limadas.

Caso tenham qualquer dúvida não hesitem em perguntar. Estamos disponíveis para qualquer tipo de questão e caso tenham alguma recomendação, também será bem vinda. :)

Criamos um GRUPO NO GOODREADS que vai servir de apoio ao blog sempre que criarmos iniciativas deste género. Por isso, convidamos-vos a fazerem parte do mesmo para que esta maratona, e futuras maratonas, sejam ainda mais divertidas. Vamos usar o grupo como uma espécie de forum onde todxs são bem-vindxs a participar. Já temos o thread relativamente a esta maratona aqui.

Regras:
  • Qualquer pessoa se pode inscrever, comentando nesta publicação. ATENÇÃO QUE APENAS AS INSCRIÇÕES FEITAS COMO COMENTÁRIO A ESTE POST SERÃO VÁLIDAS (esperamos que entendam que é apenas para facilitar a contagem das inscrições, depois nada vos impede de comentarem aqui ou no goodreads). Pedimos que se inscrevam deixando o nome e inicial do apelido (serve apenas para diferenciar pessoas com o mesmo nome próprio) ou alcunha/nome do goodreads.
  • As inscrições são até ao dia 05 de Fevereiro.
  • A maratona decorre durante o fim de semana, com o extra dos dias de Carnaval, por isso, começa às 00:00 do dia 06 de Fevereiro e termina às 23h59 do dia 09 de Fevereiro.
  • Vai ser feita em grupo: Equipa Carla e Equipa Joana (os nomes vão sendo atribuídos à equipa pela ordem de inscrição). O objectivo é contribuir com o maior número de páginas lidas para a sua equipa. Ganha a que tiver mais páginas no conjunto.
  • Sendo uma maratona que coincide com o Carnaval, esta será uma maratona temática: Aniversário + Carnaval, obviamente. O principal propósito é ler livros que estejam relacionados com o tema, no entanto, não vamos proibir leituras fora do mesmo. Dessa forma, livros que se enquadrem nos desafios abaixo assinalados valem o dobro para a contabilidade das páginas.
EXEMPLO:
Se lerem 200 páginas de um livro Harry Potter (tema: magia) a contabilidade final é de 400 páginas, uma vez que o valor é duplicado por ser um livro dos temas-desafio. Isto conta quer tenham lido o livro completo ou só o X páginas.
  • Livros que tenham mais imagens que texto (crianças e comics, por exemplo) e poesia não são opções para a maratona (sorry, apenas para ser justo para todos).
  • Releituras são possíveis e não há restrição de língua: podem ler em português, inglês, russo, alemão… aquilo que souberem e bem entenderem.
  • Têm até ao dia 14 de Fevereiro para colocarem os totais lidos, caso contrário não serão contabilizados e não poderão participar em futuras maratonas organizadas pelo Pepita Mágica. São cinco dias para colocar os totais, chega perfeitamente.

Desafios:
1) Ler um livro com bolo(s)/doçaria na capa ou no título.
2) Ler um livro em que se passe num circo e/ou durante o carnaval.
3) Ler um livro com máscaras na capa.
4) Ler um livro com o tema de magia (quer seja magia fantástica ou relacionado com ilusionismo).

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

[Livro] A Cruz de Morrigan, de Nora Roberts


Título Original: Morrigan's Cross
Título em Português: A Cruz de Morrigan
Série: Trilogia do Circulo
Autor(a): Nora Roberts
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 352
Data de Publicação: 03 de Fevereiro de 2012

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Sinopse:
Uma batalha entre as forças do bem e do mal está prestes a começar. De um lado Lilith, a vampira mais poderosa do mundo. Do outro, a deusa Morrigan, que tudo fará para a travar com o seu círculo…

Irlanda, século XII. O feiticeiro Hoyt está destroçado pela perda do seu irmão gémeo, transformado num vampiro pela poderosa Lilith. A deusa Morrigan está determinada a enfrentar Lilith e avisa Hoyt de que chegará um dia em que se formará um círculo de seis, destinado a enfrentar Lilith e salvar a Humanidade. Hoyt usa os seus poderes para viajar à Nova Iorque dos dias de hoje onde descobre o seu irmão, um homem bem-sucedido mas frio e cínico, e pede-lhe auxílio na luta contra Lilith. Mas o círculo não está completo sem os poderes mágicos da artista Glenna Ward. Hoyt não confia na magia dela, mas ambos farão tudo para alcançar os seus objetivos. E ao enfrentarem legiões de inimigos, apercebem-se de que o amor que cresce entre ambos poderá aumentar as probabilidades de derrotarem Lilith…

Opinião:
Quem me conhece sabe que adoro Nora Roberts. É certo que ela faz uma coisa que eu não gosto muito – ela tem um esqueleto que usa como base para praticamente todos os livros que escreve –, mas funciona e eu gosto dos livros dela.

A Cruz de Morrigan apesar de ter esse tal esqueleto é um pouco diferente do costume. Primeiro é fantasia e, julgo eu, apenas tinha lido a Trilogia das Irmãs num formato “não real”, mas mesmo assim diferente deste. Neste livro, antes de mais nada – e uma das principais razões pelas quais queria ler – tem como fundo a mitologia celta, coisa que me fascina imenso. Segundo, tem feiticeiros, bruxas, metamorfos, guerreiros, vampiros e tudo o mais.

Infelizmente este livro sofreu um pouco com o meu reading slump que já dura há alguns meses. Podem ver pelo meu escasso contributo na área da literatura aqui no blog. Se forem ao Goodreads e virem o tempo que demorei a ler o livro vão achar que não gostei, mas não é verdade. Eu gostei e foi um prazer voltar a ler Nora Roberts depois de tanto tempo afastadas (por muito que goste dela, de tanto em tanto tempo, tenho que fazer uma pausa ou criamos uma relação de amor-odeio pela razão que anteriormente referi). A escrita é a que sempre foi, algo que esta autora já nos habituou: a fluidez do costume, a simplicidade sem cair no básico, a forma como ela consegue criar ligação entre leitor e personagem… tudo isso está lá.

A Cruz de Morrigan é o primeiro livro de uma trilogia, a Trilogia do Circulo, e isso nota-se bem no enredo, no passo da leitura e na forma como termina o livro. Gostei da Glenna, personagem principal deste livro: uma mulher do presente, determinada, decidida, independente e com “pêlo na venta” como se costuma dizer que tem poderes – ela é a bruxa do círculo de seis que Morrigan, a deusa da guerra, forma para combater Lilith, a Rainha dos Vampiros. Gostei que Lilith fosse, aqui, a Rainha dos Vampiros e tivesse precisamente este nome, uma vez que é o nome de uma deusa da Mesopotâmia, ligada às enfermidades e morte (há ainda a discussão de que Lilith foi a primeiríssima mulher criada por Deus, ainda antes de Adão e Eva, que mais tarde se tornou num demónio nocturno, mas não vou entrar por aí).

Com Hoyt, personagem masculino, em contraste, não consegui criar nenhum tipo de ligação com ele. Ele é o feiticeiro do círculo e vem do seculo XII para liderar este pequeno exército contra Lilith. Não o achei interessante e sinceramente pareceu-me, de algum modo, uma personagem pobre. O romance com Glenna é demasiado abrupto e isso é algo que me incomoda nestes livros de romence. No entanto, ele tem um irmão gémeo, Cian, que foi transformado em vampiro por Lilith, e que me agradou imenso, pela sua personalidade, o tom jocoso com que fala e a falsa indiferença. A sua relação com King, o gigante negro, é qualquer coisa de especial.

Em suma, gostei do livro, foi bom revisitar a escrita de Nora Roberts, apesar de não haver nada de novo. Pouco realmente se passa neste livro, sendo passado maioritariamente dentro de uma casa. É certo que estão em treinamento, a prepararem-se para o Apocalipse, mas senti a necessidade de algo mais. Irei continuar a seguir esta trilogia, ainda assim, pois quero saber mais e estou morta por chegar ao livro referente a Cian – que foi, sem duvida, a melhor personagem de todo o livro.


quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

[Livro] The Tenacious Miss Tamerlane, de Kasey Michaels


Título Original: The Tenacious Miss Tamerlane
Título em Português: --
Série: Regency Classics: Alphabet Series #2
Autor(a): Kasey Michaels
Editora: Amazon Digital Services, Inc.
Páginas: 192
Data de Publicação: Setembro de 2014

Sinopse:
Tansy, left penniless by her late father, has been putting herself out as a governess to other people’s brats for two years when she is somehow caught up in playing chaperone to a distant cousin, the sister of a duke, no less. Ashley Benedict, Duke of Avonall, is a man beleaguered. His grandmother is a terror, his sister a lovely but none-too-bright chit, his valet a superstitious twit, and his aunt Lucinda is ... well, odd. Now, Ashley has a new problem ... how to keep himself from falling for Tansy Tamerlane.

Opinião:
A primeira vez que li algo da Kasey Michaels foi com os livros da Harlequin, e imediatamente quis ler mais livros desta autora. Com um estilo de escrita romântico e que nos prende do início ao fim, Kasey Michaels leva-nos a um mundo dos inícios do século XIX com glamour e atracção.

Neste livro temos a Miss Tansy Tamerlane (um nome um pouco infeliz, como vai sendo referido ao longo do livro), que tem uma língua afiada, não sendo de todo mal-educada diria que lhe falta algum tento na maneira de falar e no seu comportamento.

E é este comportamento que, se por um lado é capaz de fazer alguém puxar os cabelos, também é capaz de fazer outra pessoa dar louvores a Tansy por ser das poucas pessoas (talvez até única) capazes de controlar uma jovem irmã de um duque a que faltam alguns parafusos, aparentemente – à irmã, não ao duque.

Ashley Benedict, o nosso duque, não tem mão na irmã e acaba por conhecer Tansy quando a anterior tinha pensado fugir para casar com um caçador de fortunas/destruidor de reputações e esta última a salva de tal destino. E é neste cenário que se descobre que umas gerações atrás estas três personagens, Tansy, Ashley e a sua irmã, são familiares, primos mais concretamente, distantes.

Tansy estava à beira da falência e não tinha jeito para cuidar/ensinar crianças, pois a sua própria educação, que começou por ser a de uma senhora nobre, acabou por ser descuidada após a morte da mãe da nossa protagonista. Assim, Ashley vê-se compelido a convidá-la para sua casa e contrata-a (pagando com roupa, alimentação e um quarto para viver) para ser a chaperone da sua irmã, impedindo assim que esta tente mais alguma vez estragar não só a sua reputação mas a de toda a família Benedict.

Vivendo sobre o mesmo tecto, as tensões aumentam e as saídas ariscas de Tansy aparentemente chamam a atenção romântica do duque – e é aqui que ponho alguns problemas a um livro que poderia ter sido melhor. Enquanto que algumas tiradas de Tansy dão um bom toque de humor à história, acho que a autora terá exagerado. É raro, se é que há algo, que Tansy diga que não seja irónico e sarcástico. E, correndo o risco de me repetir, tem de haver peso e medida para tudo, se não algo que poderia ser divertido e inteligentemente bem escrito torna-se aborrecido.

Ashley acaba por ser uma personagem muito apagada, sem interesse, quase que um pau-mandado para o resto da família. Gostaria de ter sabido mais deste protagonista se ele fosse mais compelativo.

Apesar disso, o livro deu para passar um bom bocado, com alguma diversão e humor, sendo as minhas partes favoritas as tiradas (essas sim correctas em quantidade e qualidade) da Avó Benedict. Ficou a faltar o romance.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

[Filme] The Danish Girl, de Tom Hooper


Título Original: The Danish Girl
Título em Português: A Rapariga Dinamarquesa
Realização: Tom Hooper
Argumento: David Ebershoff (novel), Lucinda Coxon (screenplay)
Elenco Principal: Eddie Redmayne, Alicia Vikander, Amber Heard
Ano: 2015 | Duração: 119 mins

Sinopse:
Marcante história de amor inspirada na vida das artistas Einar Wegener/Lili Elbe e Gerda Wegener. O casamento e trabalho de Lili e Gerda progride, enquanto navegam pela arrebatadora viagem da pioneira transgénero.
Opinião da Carla:
Ainda antes de este filme ficar nomeado para os óscares em quatro categorias (incluindo melhor actor principal e melhor actriz principal) já fazia parte dos meus planos vê-lo, em parte pelo actor Eddie Redmayne que me surpreendeu bastante com a sua participação em The Theory of Everything, mas também pelo tema do filme.


E acho que esta última condicionou a forma como o filme me tocou e a sensação com que fiquei ao sair da sala de cinema. Confesso que fiquei um pouco desiludida. A interpretação é soberba por parte de Eddie Redmayne e Alicia Vikander, merecendo ambos as nomeações, mas achei que o filme tinha mais potencial. Não sei se é porque eu queria entender e conhecer mais sobre a vida de Einar e a sua transformação em Lili, mas o filme soube-me a pouco. Não quero, com isto, menosprezar o trabalho da Vikander e dar menos valor ao que a Gerda sofreu com a situação do marido, mas fez com que achasse o filme limitado.

Há que ter também em conta que a base do filme é um livro de ficção e não a história real de Lili, ainda que este tenha tido alguma base nos diários desta enquanto passava por esta transformação. Este filme é ficção, com base num livro ficcional, por isso, muito daquilo – mesmo que com laivos de real – é isso mesmo: uma ficção, o que não tem que ser uma coisa má, mas algo a ter em conta.


Como já disse, a interpretação é excelente, a realização deste filme é boa e o departamento de arte está de parabéns, em especial o Guarda-Roupa e não fosse o responsável por uma das nomeações deste filme, mas para mim o filme não atingiu as expectativas. Sei que estamos a falar do inicio do século XX onde os tabus eram mais do que muitos, mas achei que temas como transsexualidade e homossexualidade (e atrever-me-ia a dizer até: bi-, a- e demissexualidade) podiam ter tido uma maior exploração e para mim isso faltou.



Opinião da Joana:
Não sei muito bem o que dizer sobre este filme. Como a Carla, queria muito vê-lo pelo tema e pelos seus actores e actrizes, que sem dúvida alguma merecem as nomeações que receberam. Os pontes fortes foram, sem dúvida, estes mesmo actores e o departamento de arte, principalmente o guarda-roupa e os fantásticos quadros apresentados.
Foi um filme diferente do que estava à espera – não que soubesse exactamente o que esperar. Gostei de ver a perspectiva da Gerda (Alicia Vikander), a mulher do Einar (Eddie Redmaynne) talvez porque estava à espera de ver mais a perspectiva do/a Einar/Lili, sendo por isso uma surpresa.

Mostra a evolução e algum pensamento de Lili e tenta, ainda que pouco, mostrar o que significa para Lili a sua mudança para quem realmente ela é, para ter o corpo e vida com que se identifica. Percebemos que para Gerda não é, de todo, fácil lidar com as mudanças da vida do (antes) marido e acho que o filme tenta mostrar que estas mudanças não são difíceis apenas para quem as está a viver mas também quem rodeia a pessoa.

Acho que talvez tenha ficado um pouco aquém do seu potencial ao ter algumas cenas que acabavam por se repetir que talvez pudessem ter mostrado um pouco mais da vida de Lili, da vida de Gerda, da vida das outras pessoas que rodeavam este casal enquanto casal e durante a mudança de Einar (que já se identificava como Lili) para o corpo que ele queria ter, de modo que o seu corpo físico estivesse de acordo com a sua mente.

É, acima de tudo, e como a sinopse o indica, uma história de amor. Uma história de amor à vida, à verdade de nós próprios, à nossa verdade, ao verdadeiro sentido do que significa amar alguém.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

[Filme] Mad Max: Fury Road, de George Miller


Título Original: Mad Max: Fury Road
Título em Português: Mad Max: Estrada da Fúria
Realização: George Miller
Argumento: George Miller, Brendan McCarthy & Nick Lathouris
Elenco Principal: Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult
Ano: 2015 | Duração: 120 mins
Sinopse:
Perseguido pelo seu turbulento passado, Mad Max acredita que a melhor forma de sobreviver é não depender de mais ninguém para além de si próprio. Ainda assim, acaba por se juntar a um grupo de rebeldes que atravessa a Wasteland, numa máquina de guerra conduzida por uma Imperatriz de elite, Furiosa. Este bando está em fuga de uma Cidadela tiranizada por Immortan Joe, a quem algo insubstituível foi roubado. Exasperado com a sua perda, o Senhor da Guerra reúne o seu letal gang e inicia uma impiedosa perseguição aos rebeldes e a mais implacável Guerra na Estrada de sempre.

Opinião:
Confesso que depois de ver o trailer de Mad Max a minha única vontade de ver o filme residia nos actores principais: Tom Hardy e Charlize Theron. Acabei por ver o filme porque está nomeado para os Óscares em 10 categorias, incluindo o Melhor Filme.


Fiz uma pequena e rápida pesquisa para escrever esta crítica e descobri que este filme faz parte de uma saga (coisa que já sabia antes de ver o filme, mas só por alto), tenho total desconhecimento em relação a jogos e filmes anteriores e acho que isso contribuiu para não gostar assim tanto do filme. Senti que tive dificuldade em relacionar-me com as personagens porque pouco ou nada é dito sobre elas – talvez numa possível ligação a coisas anteriores que eu não conheço.

Fora o facto de ser uma estória de sobrevivência e procura de redenção (o porquê foi algo que não entendi bem) pouco mais tem de enredo. Visualmente o filme é incrível, a cinematografia deste filme é estupenda e os efeitos visuais são do outro mundo.

Mas para mim o que mais contribuiu a favor deste filme é o papel da mulher. Não só elas são bonitas, mas longe de serem donzelas em apuros. São fortes, determinadas, capazes de fazer o que tem de ser feito. As mulheres (poucas em números) sobressaem num filme carregado de homens e isso, para mim, é extraordinário.


Resumindo: gostei, mas sinceramente achei que houve demasiada hype à volta do filme e influencia muito ter visto, ou não, os anteriores.



sábado, 16 de janeiro de 2016

[Livro] Um acordo muito sedutor, de Maggie Robinson


Título Original: In the Arms of the Heiress
Título em Português: Um acordo muito sedutor
Série: Ladies Unlaced #1
Autor(a): Maggie Robinson
Editora: Editorial Planeta
Páginas: 336
Data de Publicação: 1 de Julho de 2015

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Sinopse:
A herdeira Louisa Stratton está de regresso a casa em Rosemont de férias, e, a pedido da família, leva o marido, Maximillian Norwich, conhecedor de arte e amante astuto, o homem que lhes descreveu como deslumbrante. Só que há um problema: ele não existe. Louisa precisa de um falso marido para causar uma boa impressão. Charles Cooper, capitão da Guerra Bóer, tem um passado de origem humilde e fica desconcertado com o acordo que Louisa lhe propõe. Mas são só trinta dias e não até que a morte os separe. Onde está a dificuldade em personificar um marido, mesmo que não saiba nada sobre Rembrandt? A verdadeira dificuldade é manter as mãos longe de Louisa, acrescido ao pequeno problema que alguém em Rosemont o tenta matar. Tentando manter a sanidade e ao mesmo tempo proteger Louisa, recupera a honra que pensara perdida no campo de batalha. Mas quando Louisa o tenta proteger, Charles descobre que en-controu uma maneira de enfrentar o seu futuro, nos braços da sua herdeira

Opinião:
Esperava mais deste livro. A sinopse pareceu-me interessante e poderia ter dado aso a uma história criativa…mas acabou por me desiludir.

O capitão Charles poderia ter sido muito mais do que foi. Um homem pobre e que faz um acordo por 30 dias para ser um marido interessante e culto, apesar de ele não ser nada disso. Mas a personagem poderia ter sido mais desenvolvida, poderia ter charme, poderia chamar à atenção do leitor porém, a mim, apenas era um constante relembrar que ele estava ali por obrigação e que era tudo falso. Até a relação dos dois protagonistas foi fraca.

Louisa, se queria inventar alguém para marido, devia inventar alguém de quem se orgulhasse mas devia ter sido minimamente realista, e acho que nesse ponto o livro perde um pouco a noção da época em que a história é suposto desenvolver-se.

É com pena que não dou uma classificação mais alta, mas apesar da escrita ser boa, falta imaginação e alguma coerência.