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sábado, 26 de dezembro de 2015

[Filme] Inside Out, de Pete Docter & Ronaldo Del Carmen


Título Original: Inside Out
Título em Português: Divertida-mente
Realização: Pete Docter e Ronaldo Del Carmen
Argumento: Pete Docter (story and screeplay), Ronaldo Del Carmen (story), Meg LeFauve (screenplay) e Josh Cooley (screenplay)
Elenco Principal:Amy Poehler, Bill Hader, Lewis Black
Ano: 2015 | Duração: 94min

Sinopse:
Como todos nós, a Riley é guiada pelas emoções – a Alegria, o Medo, o Raiva, a Repulsa e a Tristeza. As emoções vivem no Quartel-General, o centro de controlo no interior da mente da Riley, onde lhe dão conselhos para a vida quotidiana. À medida que a Riley e as suas emoções lutam por se adaptarem à nova vida em São Francisco, gera-se a confusão no Headquarters. Apesar da Joy, a principal e mais importante emoção de Riley, tentar manter o pensamento positivo, as emoções entram em conflito sobre como melhor se deslocar pela nova cidade, casa e escola.

Opinião:
Apesar de Inside Out não ser dos melhores filmes da Pixar, é sem qualquer dúvida o filme mais inteligente e mais importante de todos eles, e mais desafiante em termos criativos. Quem se iria lembrar de fazer um filme sobre emoções que… têm emoções? Quem se lembraria fazer um filme que aborda um tema tão importante? Não tenho em mente um filme abordar de forma tão precisa, divertida e certeira o mundo das emoções, do psicológico e todos os ramos que passam pela nossa mente.

Inside Out é incrível por isso mesmo. Acompanhamos Riley e a sua desenvoltura numa pré-adolescente e transformar-se numa pessoa completa, passando por todas as etapas que nos levam a criar a nossa personalidade e a nossa maneira de pensar e lidar com as situações. Isto tudo ao mesmo tempo que vemos como funciona a mente da mãe e do pai (e quem fica para ver os créditos: tem acesso a um monte de outros tipos de mentes, desde o rapaz que conhece uma rapariga, um cão que sente o cheiro a comida, um gato, um motorista e tantos outros).


Inicialmente as coisas parecem simples, mas nós, como seres racionais, vamos evoluindo e é isso que vemos neste filme. Tudo está perfeito e feliz até ao momento em que Riley tem que mudar de casa e a rapariga é “atingida” por constantes mudanças emocionais. Tudo o que parecia certo e seguro já não é. Tudo é novo, diferente e precisa de novas abordagens. Raiva, Felicidade, Tristeza, Repulsa e Medo são partes integrantes do nosso ser, mas há ainda um vasto campo de emoções que são uma mistura diferenciada todas estas emoções, chamemos de, “básicas”.

Acho que é preciso falar mais sobre isto. Falar mais sobre emoções. Falar mais do psicológico. Falar mais de problemas emocionais e as suas consequências. Falar mais sobre doenças psicológicas e mentais. E este filme faz isso. E mais do que ser um filme divertido, cheio de cor e coisas fofas por todo o lado, é um filme que ensina e que nos mostra a nossa mente por dentro. Falamos das emoções básicas; falamos de vários tipos de memória; falamos de processos cognitivos; falamos de crescer e saber lidar com as dificuldades; mas também ver o lado bom de cada coisa.

Todos nós temos um dia menos bom. Todos nós passamos por uma fase negra que tudo parece que vai de mal a pior. Mas também todos nós temos momentos felizes e gratificantes. E não é por esses momentos serem tocados por um pouco de tristeza que isso se vai tornar em algo mau. Não, nada disso. Porque tudo isso faz parte de nós e tudo isso no molda e transforma nas pessoas que somos.


Definitivamente é preciso mais filmes como este. E é preciso filmes que abordem este tipo de temas de forma mais aprofundada. Obviamente não se faria num filme de animação, em que o público-alvo principal são crianças, mas não deixa de ser necessário fazer algo mais sobre problemas mentais e emocionais. Mostrar que muitos dos “monstros” que temos na nossa cabeça não são exclusivos nossos e que há mais pessoas com problemas semelhantes; e que essas pessoas foram capazes de os superar e mostrar como superaram esses problemas. Há que educar as pessoas e mostrar que a saúde mental é tão importante como a saúde física. Mas ao mesmo tempo fazer entender que nem toda a gente reage da mesma forma ao mesmo problema e não há nada de mal nisso. Caminhos diferentes levam ao mesmo destino.


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