Título em Português: The Revenant: O Renascido
Realização: Alejandro González Iñárritu
Argumento: Mark L. Smith & Alejandro González Iñárritu (screenplay), Michael Punke (baseado, em parte, no livro de)
Elenco Principal: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Will Poulter
Ano: 2015 | Duração: 2h 36mins
Realização: Alejandro González Iñárritu
Argumento: Mark L. Smith & Alejandro González Iñárritu (screenplay), Michael Punke (baseado, em parte, no livro de)
Elenco Principal: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Will Poulter
Ano: 2015 | Duração: 2h 36mins
Sinopse:
Numa expedição pelo desconhecido território americano, o lendário explorador Hugh Glass é brutalmente atacado por um urso e deixado como morto pelos seus companheiros de caça. Na luta pela sobrevivência, Glass resiste a um sofrimento inimaginável, bem como à traição de John Fitzgerald, um dos seus companheiros de expedição. Guiado pela sede de vingança e o amor da sua família, Glass terá de enfrentar um inverno rigoroso numa busca incessante pela sobrevivência e redenção.
Opinião:
A minha relação com Alejandro González Iñárritu não é das melhores. Dos quatro filmes realizados por ele, três dos quais foi também argumentista, apenas gostei de um. E adivinhem qual foi? Esse mesmo, o único que ele não foi argumentista. No entanto, não lhe tiro o mérito de realizador, porque, mesmo não tendo gostado dos filmes, consigo ver o seu talento – como foi com o Birdman, do qual detestei, mas em termos de realização e montagem o filme é interessante e bem conseguido.
Era imperativo, para mim, ver The Revenant no cinema, em parte porque sabia que não iria conseguir ver quase três horas de filme em casa, e tinha razão. Em termos de argumento o filme para mim não funciona. Muito resumidamente temos Glass (Leonardo DiCaprio), um homem com uma forte conduta moral, que é deixado a morrer depois de uma luta com um urso-pardo e se quer vingar de Fitzgerald (Tom Hardy), a quem a única coisa que interessa é o dinheiro. A violência mostrada é extrema, sem grande coisa que verdadeiramente aconteça, mas, ao contrário do que aconteceu em Birdman, o lado técnico deste filme conseguiu colmatar este défice no argumento.
A cena da luta com o urso-pardo é qualquer coisa de extraordinária, apesar de a ter achado um bocado tonta mas é incrivelmente bem executada – trata-se de uma cena longa e quase toda feita em plano-sequência (com apenas um ou outro corte), algo que achei impressionante. Este filme pauta por isso mesmo, planos-sequência longos (sem um único corte – que é isso mesmo que caracteriza um plano-sequência) que nos deixam sem fôlego e tanto mostram a insignificância do homem perante a Natureza, como transforma um momento em algo claustrofóbico, entre outras situações. The Revenant tem momentos visualmente aterradores e não me refiro única e exclusivamente aos momentos de violência explicita. A direcção de fotografia é esmagadoramente boa e a iluminação tão bem feita que tudo nos parece natural.
A parte boa de se ir ver um filme que se espera não gostar, é chegar ao final, sair da sala de cinema, e pensar “not bad”. E foi o que me aconteceu. As quase três horas de filme não foram horríveis de suportar e no final fiquei com uma leve sensação de satisfação. É um filme extraordinário em termos técnicos. E tanto Leonardo DiCaprio como Tom Hardy estão extraordinariamente bem nos seus papeis. Se o DiCaprio não ganha o Óscar com isto, julgo que nunca o ganhará. E, sem dúvida, que Tom Hardy merece o Óscar para Melhor Actor Secundário.
The Revenant consegue ser um filme belo. Um filme sobre sobrevivência, sofrimento e uma vontade extrema de viver (mesmo que essa vontade de viver se prenda na vingança que quer levar a cabo) que se destaca pela extrema qualidade técnica e atenção ao pormenor.
A minha relação com Alejandro González Iñárritu não é das melhores. Dos quatro filmes realizados por ele, três dos quais foi também argumentista, apenas gostei de um. E adivinhem qual foi? Esse mesmo, o único que ele não foi argumentista. No entanto, não lhe tiro o mérito de realizador, porque, mesmo não tendo gostado dos filmes, consigo ver o seu talento – como foi com o Birdman, do qual detestei, mas em termos de realização e montagem o filme é interessante e bem conseguido.
Era imperativo, para mim, ver The Revenant no cinema, em parte porque sabia que não iria conseguir ver quase três horas de filme em casa, e tinha razão. Em termos de argumento o filme para mim não funciona. Muito resumidamente temos Glass (Leonardo DiCaprio), um homem com uma forte conduta moral, que é deixado a morrer depois de uma luta com um urso-pardo e se quer vingar de Fitzgerald (Tom Hardy), a quem a única coisa que interessa é o dinheiro. A violência mostrada é extrema, sem grande coisa que verdadeiramente aconteça, mas, ao contrário do que aconteceu em Birdman, o lado técnico deste filme conseguiu colmatar este défice no argumento.
A cena da luta com o urso-pardo é qualquer coisa de extraordinária, apesar de a ter achado um bocado tonta mas é incrivelmente bem executada – trata-se de uma cena longa e quase toda feita em plano-sequência (com apenas um ou outro corte), algo que achei impressionante. Este filme pauta por isso mesmo, planos-sequência longos (sem um único corte – que é isso mesmo que caracteriza um plano-sequência) que nos deixam sem fôlego e tanto mostram a insignificância do homem perante a Natureza, como transforma um momento em algo claustrofóbico, entre outras situações. The Revenant tem momentos visualmente aterradores e não me refiro única e exclusivamente aos momentos de violência explicita. A direcção de fotografia é esmagadoramente boa e a iluminação tão bem feita que tudo nos parece natural.
A parte boa de se ir ver um filme que se espera não gostar, é chegar ao final, sair da sala de cinema, e pensar “not bad”. E foi o que me aconteceu. As quase três horas de filme não foram horríveis de suportar e no final fiquei com uma leve sensação de satisfação. É um filme extraordinário em termos técnicos. E tanto Leonardo DiCaprio como Tom Hardy estão extraordinariamente bem nos seus papeis. Se o DiCaprio não ganha o Óscar com isto, julgo que nunca o ganhará. E, sem dúvida, que Tom Hardy merece o Óscar para Melhor Actor Secundário.
The Revenant consegue ser um filme belo. Um filme sobre sobrevivência, sofrimento e uma vontade extrema de viver (mesmo que essa vontade de viver se prenda na vingança que quer levar a cabo) que se destaca pela extrema qualidade técnica e atenção ao pormenor.
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