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quarta-feira, 13 de maio de 2015

[Filme] The Age of Adaline, de Lee Toland Krieger


Título Original:The Age of Adaline
Título em Português: A Idade de Adaline
Realização: Lee Toland Krieger
Argumento: J. Mills Goodloe, Salvador Paskowitz
Elenco Principal: Blake Lively, Michiel Huisman, Harrison Ford
Ano: 2015 | Duração: 112 min

Sinopse:
Depois de, miraculosamente, ter ficado com 29 anos durante quase oito décadas, Adaline Bowman leva uma vida solitária, nunca se permitindo aproximar de ninguém que possa vir a descobrir o seu segredo. Mas um encontro casual com Ellis Jones, um jovem e carismático filantropo reacende a sua paixão pela vida e pelo amor. Um fim de semana com os pais de Ellis ameaça por a descoberto a verdade, e Adaline toma uma decisão que mudará para sempre a sua vida.

Opinião da Carla:
Confesso que The Age of Adaline me passou um pouco ao lado. Tinha visto o cartaz e não sei bem porquê não me captou atenção. Se não fosse a Joana a dizer que ia ver o filme, e se eu gostaria de lhe fazer companhia, provavelmente nunca o teria visto. E seria uma pena.

Em The Age of Adaline acompanhamos Adaline Bowman uma mulher aparentemente normal até que um dia tem um acidente e algo mágico acontece: Adaline deixa de envelhecer. É um filme com o ritmo lento, calmo que transparece facilmente como terão sido os 107 anos de vida de Adaline.

Um filme incrivelmente bonito em termos de planos, de cenários, de guarda-roupa. Um dos pontos fortíssimos do filme é a clara passagem do tempo que em nenhum momento foi necessário qualquer tipo de legenda para ajudar a situar o tempo da cena. E a banda sonora? Fantástica. Era o reflexo perfeito da personagem e criou um ambiente fluido entre todas as épocas do filme.

Blake Lively deu vida a esta mulher extraordinária e, confesso, que o único trabalho dela que vi foi em Savages, apesar de ela ser mais conhecia pela série Gossip Girl, série que nunca vi. Não tenho muito com que comparar o trabalho dela em termos de evolução, mas aquilo que não gostei é também o que mais gostei na interpretação dela. É um paradoxo, sim, mas acho que é o coração deste filme. Blake dá a Adaline uma aura calma e a sensatez de uma mulher que, apesar da sua aparência jovem, já viveu muito e já passou por muita coisa. Esta lentidão, confesso, que a certa altura tornava o filme massudo e cansativo, mas a certo ponto temos uma ligação tão forte com a personagem que passa a fazer parte de nós próprios e não podia ser de outra forma.

A cena de mãe e filha, no aniversário de Adaline, quando vemos a mãe de 29 anos a falar com a filha de 80 anos, tinha tudo para dar errado. Mas Blake ultrapassou a dificuldade e com grande destreza conseguiu passar a sensação da mãe protectora que consegue dizer tudo apenas com um olhar aprovador ou reprovador.

Achei muito interessante à narração esporádica ao longo do filme, fazendo uma pequena mistura entre magia e ciência. The Age of Adaline é um filme pouco comum nos dias de hoje. Um filme calmo, mais centrado no interior, na magia e até na ciência, mesmo que não seja a do presente. Um filme sobre a passagem do tempo e da sua vivência. Todos desejamos ser jovens para sempre, mas qual é o custo desse desejo? Como podemos dar valor às coisas se elas são para sempre? A aparente maldição da finitude pode ser algo incrível e mágico.




Opinião da Joana:
É raro nos dias de hoje vermos filmes calmos – há sempre alguma acção, algum...caos até se poderá dizer e este filme foi uma lufada de ar fresco por ser exactamente o contrário (não querendo de maneira alguma dizer que um tipo de filme é melhor que o outro).

Adaline Bowman é uma mulher como qualquer outra – excepto pelo facto de que não envelhece.

Isto até poderia parecer bom (quem não gostaria de poder apagar algumas rugas ou cabelos brancos?) mas, como o filme bem mostra, ser jovem para sempre é mais uma maldição que uma bênção.

Eu não queria falar muito do filme porque são as pequenas surpresas que nos vão sendo mostradas que fizeram do filme o que ele é: uma ode ao passar do tempo mas acima de tudo ao que a vida verdadeiramente significa e como nós lhe damos valor. Porque o ser humano é um ser social e como se pode dar valor à nossa vida se não a podemos passar com quem amamos ou mais gostamos?

Em termos de cenário, devo dizer que gostei bastante. Seja nos anos 60 ou actualmente, estava bem construído e realista, com um acompanhamento de uma banda sonora adequada e melodiosa. Blake Lively conseguiu captar na perfeição a essência de uma mulher madura e que já tinha passado por muito e, acima de tudo, conseguiu transmitir aqueles olhares reprovadores e preocupados de uma mãe, ainda que a sua filha tivesse o aspecto de uma senhora com 80 e tal anos e Adaline (Blake), a mãe, aparentasse ter apenas 29 anos de idade.

Gostei bastante do guarda-roupa, que variava entre roupas simples e belos vestidos de noite que, apesar de serem actuais, mostravam uma beleza intemporal.

Este filme tinha duas hipóteses de final: Adaline continuar sozinha e algo infeliz para o resto da vida ou arriscar tudo e tentar ser feliz (e talvez a electricidade desse uma mãozinha).

Deixo-vos a pensar qual destas hipóteses terá sido escolhido pelo realizador. Por mim, tenho apenas a dizer que gostei.



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