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domingo, 26 de abril de 2015

[Filme] Capitão Falcão, de João Leitão


Título Original: Capitão Falcão
Realização: João Leitão
Argumento: João Leitão & Nuria Leon Bernado
Elenco Principal: David Chan, Gonçalo Waddington, José Pinto, Miguel Guilherme, Rui Mendes e Tiago Rodrigues
Ano: 2015 | Duração: 104 mins

Sinopse:
Capitão Falcão conta a história de um super-herói Português ao serviço do Estado Novo. Juntamente com o seu sidekick, Puto Perdiz, Falcão combate todas as ameaças à Nação, respondendo a um homem apenas, António de Oliveira Salazar. Mas estranhos acontecimentos e uma ameaça democrática começam a invadir a capital. Conseguirá Capitão Falcão salvar o dia?

Opinião:
Não me divertia tanto num filme português desde... nunca.

Capitão Falcão é uma sátira ao anti-comunismo e fascismo que se viveu em Portugal durante os anos da ditadura, num filme onde os Capitães de Abril são os vilões e os defensores da ditadura os heróis. Uma comédia subversiva muito bem feita e com uma crítica muito bem construída e divertida.


Capitão Falcão é o super-herói português que está ao serviço do Estado Novo a combater, com a ajuda do seu sidekick Puto Perdiz, todas as ameaças à pátria portuguesa: comunistas (ou comuninjas), as terríveis feministas e a maior ameaça de todas, a democracia. Gonçalo Waddington dá vida a esta personagem tão caricata de forma sublime. Não vou dizer que é o melhor filme português dos últimos tempos (até porque não quero reduzir o filme a “um filme português” nem eu vi assim tantos filmes portugueses para fazer tal comparação), mas é, sem dúvida, um dos melhores filmes que vi recentemente.

Uma mistura de filme de alta produção com um filme meio artesanal, com sequências demasiado teatrais a roçar o “mau filme” (onde, a meu ver, é esse o objectivo), correndo o risco de não funcionar, mas que no plano geral filme é o que o torna tão bom. Usando um cliché típico das reviews de cinema: este filme é uma lufada de ar fresco. É um filme criativo, inovador, divertido e mais do que isso tem algo subjacente incrivelmente bem estruturado. Uma mistura de Batman (vejam só o poster, não vos lembra nada? Batman e Robin, não?) com lutas à Jackie Chan ou Bruce Lee, e com uns Capitães de Abril que mais parecem os Power Rangers. E o Major Alvegaberto (Ricardo Carriço) que faz uma pequena aparência no filme?


Um filme com uma produção muito bem pensada e executada, realização de mestre, uma montagem muito hollywoodesca (a pós-produção com os efeitos visuais, e tudo mais, demorou um ano para terminar) e uma interpretação incrível de todos os actores, destancando Waddington pelo seu trabalho extraordinário como Capitão Falcão. Não posso deixar de refrir a banda sonora deste filme que é toda original, composta por Pedro Marques e gravada pela Orquestra Sinfónica de Praga, que assenta no filme que nem uma luva.

Ainda bem que João Leitão nunca desistiu deste projecto e que conseguiu transformá-lo num filme. O mesmo já disse numa entrevista que todos estão disponíveis para fazer sequelas de Capitão Falcão. Por isso, façam o vosso dever patriótico e dirijam-se às salas de cinema para verem este filme português! Sem o vosso apoio não há como manter o filme em sala e as sequelas não irão passar de meros sonhos.


Capitão Falcão tem de tudo para ser um sucesso e espero que muitos portugueses se desloquem às salas de cinema e que comecemos a apreciar e a dar valor ao que é nosso. Apoiar o cinema português e não cair na estupidez de que tudo o que é português, e em especial o cinema, não presta. Não estou a dizer que tudo é bom, mas não caiam no cliché e abram os vossos horizontes.


sábado, 25 de abril de 2015

[Filme] The Tale of The Princess Kaguya, de Isao Takahata


Título Original: Kaguyahime no monogatari
Título em Inglês: The Tale of The Princess Kaguya
Título em Português: O Conto da Princesa Kaguyahime
Realização: Isao Takahata
Argumento: Isao Takahata & Riko Sakaguchi
Elenco Principal: Aki Asakura, Kengo Kora, Takeo Chii, Nobuko Miyamoto
Ano: 2013 | Duração: 137 mins

Sinopse:
Encontrada dentro de uma cana de bambu brilhante, uma pequena bebé é criada por um velho cortador de bambu e a sua mulher, tornando-se numa jovem bela e requintada, uma verdadeira princesa. Do campo à grande cidade, ela encanta todos os que consigo se cruzam, incluindo cinco pretendentes nobres a quem Kaguya pede missões aparentemente impossíveis, para tentar evitar o casamento com um estranho que não ama. Além dos cinco pretendentes, a jovem chama a atenção do próprio Imperador... mas qual será mesmo o destino da Princesa Kaguya?

Opinião:
Sinceramente, não sei o que escrever sobre este filme. Estou algo que num conflito de sentimentos.

The Tale of The Princess Kaguya foi um dos filmes nomeados aos Óscares deste ano para Melhor Filme de Animação, e por essa razão entrou para a minha watchlist de imediato. No entanto, andei a adiar, a adiar, a adiar o seu visionamento porque não me sentia minimamente atraída pela história. Mas ontem finalmente decidi ver.

Um cortador de bambu encontra, um dia, uma menina dentro de um bambu e convencido que se trata de uma divindade, leva-a para casa, e mais a sua mulher, cria-a como se fosse verdadeira filha de ambos. A menina é especial e cresce muito rapidamente, fazendo amigos com as crianças da aldeia e em especial Sutemaru. O cortador de bambu acredita que a menina é uma princesa e por essa razão vai para a capital onde constrói uma mansão e mudam-se para lá. A menina é educada em todos os preceitos para ser uma princesa. Quando atinge a idade, o sacerdote real dá-lhe o nome de Princesa Kaguya, devido à luz e a vida que irradia. Os rumores da sua beleza espalham-se por toda a cidade e vários pretendentes mostram o seu interesse em casar com ela, mas ela não quer casar com alguém que não conhece nem ama e cria uma série de tarefas impossíveis. A luz que Kaguya irradiava começa a esmorecer pela infelicidade que sente, vivendo quase que como reclusa na própria casa sem a liberdade, as gargalhadas e a felicidade que tinha quando vivia nas montanhas.

Tenho a dizer que achei o filme terrivelmente longo, tanto que comecei a ver ontem à noite, mas estava tão cansada que os últimos 45 minutos tive que deixar para ver hoje de manhã. O filme é bonito esteticamente, mas ainda assim, não gostei muito do tipo de animação. Não sei bem explicar, mas não me senti atraída pela arte. É bonito, sim, mas achei que faltava qualquer coisa. Não quero usar o termo “artesanal” como um conceito pejorativo, mas senti que a forma como a animação foi criada, foi um dos pontos que me fez ficar distanciada do filme.

Kaguya é de facto uma menina muito bonita, a história tem uns pontos interessantes que são de valorizar, a banda sonora é também muito boa, mas…

Por essa razão, decidi não dar nenhuma classificação a este filme porque acho que não o conseguiria fazer de forma justa. Gostei do filme, mas ao mesmo tempo não me tocou e esse é um factor que considero sempre relevante.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

[Livro] Olhos de Vidro, de Carina Rosa


Título Original: Olhos de Vidro
Série: --
Autor(a): Carina Rosa
Editora: Smashwords, Inc.
Páginas: 20
Data de Publicação: 09 de Dezembro 2014
Sinopse:
Amanda vive num teatro desde os seus 15 anos de idade e é uma das actrizes mais promissoras da companhia. Ansiosa por esquecer os tempos em que vivia, abandonada, num orfanato, prende-se às personagens que interpreta em cima do palco e é levada à loucura, num apregoar de paz e de liberdade de espírito de uma alma atormentada.

Um conto sobre a linha ténue entre a loucura e a sanidade, onde assistimos às várias facetas do ser-humano e os motivos que levam alguém a perder-se de si mesmo.

Opinião:
WOW!

Este conto é a prova que para se escrever é preciso ter talento, não basta escrever umas palavras atrás das outras e pronto, está feito. Estou deslumbrada como em tão poucas páginas Carina Rosa consegue apresentar uma personagem tão complexa, tão profunda e tão... fascinante.

Em meia dúzia de frases já estava completamente agarrada a esta Amanda, perdida entre ela própria e todas as personagens a que deu vida, perdida entre o ser e o não ser. Achei a história super bem construída, emocionante e teatral. Forte. Nunca tinha lido nada desta autora, mas fiquei verdadeiramente surpreendida e gostei bastante. Decididamente irei cuscar mais coisas da autora.

É um textinho pequenino, mas condensado à maneira de Olhos de Vidro.



sábado, 18 de abril de 2015

[Filme] Æon Flux, de Karyn Kusama


Título Original: Æon Flux
Título em Português: Aeon Flux
Realização: Karyn Kusama
Argumento: Phil Hay e Matt Manfredi (written by), e Peter Chung (characters)
Elenco Principal: Charlize Theron, Frances McDormand, Sophie Okonedo
Ano: 2005 | Duração: 93 mins

Sinopse:
Filme baseado na série de animação homónima produzida pela MTV. No ano de 2400, uma grave epidemia dizima quase toda a população da terra, a que sobrevive apenas uma cidade. Aeon Flux é o nome de uma agente secreta, incumbida de matar o chefe do governo da cidade. Mas a descoberta de um segredo leva-a a pôr em causa a missão e a interrogar-se sobre se estará do lado certo...

Opinião:
Andava há séculos para ver este filme. Apanhei-o várias vezes na televisão, mas nunca de início, coisa que para mim não dá. Ou vejo o filme completo, ou não vejo de todo. Aeon Flux tem como base uma série de animação da MTV.

O filme tem uma premissa interessante. Em 2011 espalha-se um vírus mortífero pelo planeta, apenas alguns conseguem sobreviver e vivem numa cidade selada do resto do mundo, chamada Bregna. Mas existe um segredo e é a parte do segredo que é interessante, não vou revelar para não estragar o plot do filme para quem ainda não tenha visto. Porque esse segredo e a forma como se desenvolve é, a meu ver, a mais-valia do filme.

Aeon Flux (Charlize Theron) é a melhor agente secreta dos Monicanos, um pequeno grupo que contesta o poder instaurado na cidade, e que governa há 400 anos. Charlize Theron é uma actriz que gosto bastante, pelo tipo de personagens que tem feito durante a sua carreira e a forma como as interpreta. Aeon Flux, enquanto personagem interpretada por Theron, não desilude, mas é um filme que não traz nada de novo. Muito na onda do Resident Evil que já tinha começado esta teia de vírus, segredos, cidades com sistemas políticos distópicos em 2002 (no mundo cinematográfico, uma vez que há todo o mundo de videojogos que é anterior). Okay, que a série base deste filme é da décade de 90, mas ainda assim, a sua adaptação ao cinema não satisfez.

Uma imagem clean, efeitos interessantes (em momentos muito específicos), uma Aeon muito maquinal, Aeon Flux é apenas mais um filme do género. Não aquece nem arrefece e não prende a atenção do espectador, não cria ligação, não nos move a querer saber mais, a querer fundir-se com a história.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

[Livro] Emerald Green, de Kerstin Gier


Título Original: Smaragdgrün
Título em Inglês: Emerald Green
Título em Português: --
Série: Edelstein Trilogie, #3 (The Ruby Red Trilogy #3)
Autor(a): Kerstin Gier
Editora: Henry Holt and Co.
Páginas: 464
Data de Publicação: Outubro de 2013

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Sinopse
Gwen has a destiny to fulfill, but no one will tell her what it is.

She’s only recently learned that she is the Ruby, the final member of the time-traveling Circle of Twelve, and since then nothing has been going right. She suspects the founder of the Circle, Count Saint-German, is up to something nefarious, but nobody will believe her. And she’s just learned that her charming time-traveling partner, Gideon, has probably been using her all along.

This stunning conclusion picks up where Sapphire Blue left off, reaching new heights of intrigue and romance as Gwen finally uncovers the secrets of the time-traveling society and learns her fate.

Para começar, este livro é o terceiro de uma trilogia que começou por ser editada em português pela editora Contraponto, contudo o último destes livros já não foi editado em Portugal, tendo tido de recorrer a uma edição inglesa. Eu não fiz nenhuma crítica aos dois primeiros mas irei fazer um pequeno comentário (do que me lembro ainda das histórias) para enquadrar o terceiro livro.

Gwen é uma rapariga de 16 anos que tinha uma vida normal, com uma prima que estava a ser treinada para se viajante no tempo. O que ninguém sabia era que a mãe de Gwen tinha alterado a data de nascimento da sua filha para que os guardiões do Círculo não pensassem que Gwen poderia ser também uma viajante e assim a rapariga pudesse ter uma infância e adolescência o mais normal possível. Contudo, as duas primas tinham nascido no mesmo dia e, sem aviso, os poderes de Gwen levaram-na para o passado enquanto ela estava na sua escola. Cada um dos viajantes tinha uma pedra preciosa associada a si e a de Gwen era o Rubi.

O primeiro livro lida assim com a descoberta da jovem e a sua visão de como lidar com os seus novos poderes, com a ajuda incessante da sua melhor amiga Lesley e de Gideon, o diamante. Gideon, que sempre teve aulas com Charlotte sobre como agir em cada século, como dançar um minuete, entre outras coisas, começa a dar-se com Gwen e floresce entre eles um romance que a autora explora mais no segundo e terceiro livro.

Já no segundo livro, conhecemos mais personagens dos viajantes no tempo e ficamos a conhecer uma conspiração que teria levado Gideon a agir de uma maneira que magoa Gwen. Lesley continua a ajudar a amiga a perceber o que aconteceu para que dois dos viajantes, Lucy e Paul, tivessem fugido com o cronógrafo (objecto que permitia a viagem para o passado) e fossem perseguidos pelos outros elementos do círculo, entre eles um professor das três raparigas mencionadas anteriormente , Mr. Whittman.

Por fim, e agora a crítica relativa ao terceiro livro: Kerstin Gier mostra-nos os problemas amorosos de uma adolescente e como ela e a amiga Lesley lidam com eles, aos mesmo tempo que Nick e Caroline, irmão e irmã de Gwen, ajudam a desvendar os segredos das famílias De Villiers e Morose, as duas linhas dos viajantes no tempo. Cheio de pormenores e pequenas pistas que ajudam o leitor a acompanhar o ritmo das personagens, é um livro de fácil leitura, YA, que mostra os problemas que as famílias têm, com ou sem poderes, e leva-nos até vários períodos do passado, desde o século XVIII ao século XIX e XX. Madame Roussini, a costureira, ainda que com apenas pequenas aparições, foi das personagens que mais gostei pelo seu carinho às personagens principais e o seu toque francês que trouxe um pouco de humor.

Foi interessante ver a evolução das personagens através dos três livros, talvez com um ou outro cliché a mais, mas que se ultrapassa bem. O drama adolescente se calhar foi um pouco demasiado, até pela maneira como foi rapidamente resolvido.

Em conclusão, recomendo estes três livros a qualquer um que queira uma leitura leve e fácil, com um toque de humor e romance, com viagens pelo tempo (ainda que pouco desenvolvidas na minha perspectiva) e descoberta de mistérios que levam qualquer leitor a querer sempre mais.


segunda-feira, 13 de abril de 2015

[Livro] Rei Édipo, de Sófocles


Título Original: Οἰδίπους Τύραννος
Título em Português: Rei Édipo
Série: --
Autor(a): Sófocles
Editora: Edições 70
Páginas: 160
Data de Publicação: 2008

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Sinopse:
Rei Édipo é a tragédia do conhecimento de si. Enredado e cego pela mescla de aparência e realidade, o herói, através de sofrimentos que enfrenta com denodo, quer saber a verdade sobre si mesmo. Não descansa enquanto não chega à plena revelação da sua identidade trágica - cuja aceitação é também a medida da sua grandeza humana

Opinião:
A minha última obra literária obrigatória da faculdade. Yey! É uma releitura, na verdade, porque eu li este livro há 3 anos, também para a faculdade.

Toda a gente, ou quase toda a gente, conhece a história de Édipo: mata o pai e casa-se com a mãe (obra da qual deriva o Complexo de Édipo, de Freud, sobre a fase da vida de uma criança quando sente atracção e desejo pelo progenitor do sexo oposto). Mas a maioria dessas pessoas nunca leu a obra e, na minha opinião, nunca se conhece, verdadeiramente, uma história até a termos lido. Eu era uma dessas pessoas, e talvez continuaria a ser, caso não tivesse que o ler para uma cadeira na faculdade.

Sempre tive curiosidade para conhecer a história mais a fundo, com a leitura da obra, mas nunca tinha chegado a vias de facto. E agradeço imenso que os meus professores da faculdade me terem dado oportunidades para ler obras tão interessantes e tão boas. Verdade seja dita, também me deram a oportunidade de ler obras muito secantes e penosas.

Mas o Rei Édipo, de Sófocles, foi uma leitura interessantíssima e gostei imenso. Adorei, mesmo. Gostei bastante de ver toda a envolvência da história, as voltas e contra voltas do destino profetizado pelos oráculos. Toda a história se desenvolveu em torno da profecia de que o filho de Laio e Jocasta mataria o pai e se casaria com a mãe. Então, decidem matar o filho e impossibilitar a realização da profecia, mas Édipo é entregue a um pastor que o leva para Corinto, onde ele é adoptado pelo Rei e cresce pensando que é seu filho de sangue. Depois de conhecer a profecia, foge para evitar que a tal profecia se realize e, tragicamente, acaba por a concretizar verdadeiramente.

Rei Édipo mostra que o caminho para o conhecimento não é fácil e muitas vezes a expressão “ignorance is bliss” faz todo o sentido. Tirésias, desde o início, quando é chamado por Édipo, lhe diz para não continuar a perseguir a ideia de descobrir quem matou Laio porque só lhe traria sofrimento. Chega mesmo a dizer-lhe que foi ele quem matou Laio e que está casado em incesto com a sua mãe. Édipo não acredita, achando mesmo que Tirésias está em conluio com Creonte para o traírem. Édipo não desiste e vai até ao fim, não se importando com as consequências que podem surgir.

Concordo com uma coisa que o meu professor de Cultura Clássica disse acerca desta obra, ela é facilmente lida como um Romance Policial e Édipo encarna todas as personagens: desde o culpado, o investigador, o juiz e o próprio carrasco. É uma obra extraordinária digna de ser lida por todos. Uma obra obrigatória, sem dúvida.


sábado, 11 de abril de 2015

[Filme] The Interview, de Evan Goldberg & Seth Rogen


Título Original: The Interview
Título em Português: Uma Entrevista de Loucos
Realização: Evan Goldberg & Seth Rogen
Argumento: Dan Sterling (screenplay), Seth Rogen & Evan Goldberg (story)
Elenco Principal: James Franco, Seth Rogen, Randall Park
Ano: 2014 | Duração: 112 mins

Sinopse:
Dave Skylark e o seu produtor, Aaron Rapoport, são as caras de um popular talk-show - "Skylark Tonight". Quando descobrem que o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, é fã do programa, marcam uma entrevista com o próprio, de forma a se legitimarem como jornalistas. No momento em que Dave e Aaron se preparam para viajar para Pyongyang, os seus planos mudam com a CIA a recrutá-los – a eles, que são provavelmente os homens menos qualificados que se possa imaginar - para assassinar Kim Jong-un.

Opinião:
Desde que se começou a falar do filme The Interview e depois de todo o mediatismo que este filme teve com as ameaças vindas da Coreia do Norte, cinemas recusarem-se a exibir o filme e tudo o mais, a minha curiosidade, obviamente, ficou em pulgas. E convenhamos, tudo isto foi um grande golpe de publicidade. Ainda assim, tanto quanto sei, o filme não teve uma box-office assim tão significativa. No dia em que saiu houve uma grande afluência aos cinemas, mas rapidamente esmoreceu.

Enquanto o tempo passou fui perdendo a minha curiosidade em ver este filme até que por acaso voltei a dar de caras com ele e decidi ver e perceber “a cena” toda que levou a todo o mediatismo.

Confesso que mesmo não sendo grande fã nem do Seth Rogen nem do James Franco (para dizer a verdade, já gostei mais deste último, mas acho que isso deve-se ao facto de me ter virado mais para outro tipo de trabalhos) tenho seguido com alguma atenção o trabalho dos dois e gostei de vários trabalhos de ambos.

The Interview conta a história de dois homens, Dave Skylark, um apresentador de um talk-show e o seu produtor, Aaron Rapoport. Aaron está farto do tipo de conteúdo que o talk-show Skylark Tonight apresenta, cheio de futilidades e coisas sem muito interesse intelectual (o filme começa com o Eminem a ser entrevistado e a meio da entrevista a assumir-se como homossexual) e quer fazer jornalismo a sério. Dave e Aaron são melhores amigos e Dave decide aceitar o pedido do amigo e fazer algo mais sério. Descobre, então, que Kim Jong-un é um fã do talk-show e marcam uma entrevista com ele. Ao saber disto, a CIA recruta-os para tentarem assassinar o líder supremo da Coreia do Norte.

Sinceramente, não sei o que estava à espera deste filme. É uma comédia por isso não se pode exigir muito mais que isso, no entanto não serviu sequer para entretenimento. Okay, certas cenas são engraçadas e têm piada, há a vibe de filmes de espiões e algumas cenas têm o mesmo grafismo, o mesmo tipo de edição que filmes de acção/espionagem do costume, mas… nada significativo. Há, inclusive, toda uma meia hora (no mínimo) que é do pior que há em termos cinematográficos. Sendo comédia muitas cenas são exageradas com o propósito de induzir a gargalhada no espectador, mas não foi esse efeito que teve em mim, simplesmente achei estúpido, corriqueiro e desnecessário.

É simplesmente um filme que se vê uma vez e facilmente se esquece.




sexta-feira, 10 de abril de 2015

[Livro] The Catcher in the Rye, de J.D. Salinger


Título Original: The Catcher in the Rye
Título em Português: Uma Agulha no Palheiro ou À Espera no Centeio
Série: --
Autor(a): J.D. Salinger
Editora: Little Brown and Co.
Páginas: 214
Data de Publicação: Maio de 2001

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Sinopse:
Since his debut in 1951 as The Catcher in the Rye, Holden Caulfield has been synonymous with "cynical adolescent." Holden narrates the story of a couple of days in his sixteen-year-old life, just after he's been expelled from prep school, in a slang that sounds edgy even today and keeps this novel on banned book lists. It begins,
"If you really want to hear about it, the first thing you'll probably want to know is where I was born and what my lousy childhood was like, and how my parents were occupied and all before they had me, and all that David Copperfield kind of crap, but I don't feel like going into it, if you want to know the truth. In the first place, that stuff bores me, and in the second place, my parents would have about two hemorrhages apiece if I told anything pretty personal about them."

His constant wry observations about what he encounters, from teachers to phonies (the two of course are not mutually exclusive) capture the essence of the eternal teenage experience of alienation.

Opinião:
Desisti deste livro na página 134, o que já é mais de meio do livro. Estava a ser uma tortura. Eu raramente, ou mesmo nunca, deixo um livro por terminar. Maior parte das vezes quando um livro não está a funcionar para mim, deixo-o de lado e tento voltar a ele mais tarde. Às vezes não estamos no estado de espírito para determinado livro e isso influencia muito a forma como o recebemos interiormente. Mas definitivamente não vai acontecer com The Catcher in the Rye.

Sinto que deveria gostar deste livro. A grande maioria das opiniões que li sobre ele falavam bem e glorificavam o livro no seu estatuto de clássico. Não entendo o porquê deste livro fazer parte das leituras obrigatórias do ensino americano, a menos que o propósito seja mesmo torturar os miúdos. Achei a história deste livro incrivelmente aborrecida. Não saía do mesmo: sempre Holden a queixar-se, a dizer que tudo o deprimia, e mais não sei quê. Não achei, de todo, que fosse uma personagem possível de se relacionar com. Quer dizer, até acredito que algumas pessoas consigam se identificar com Holden em determinados aspectos, mas não funciona.

A escrita é um tanto ao quanto estranha, confesso, mas isso tem a ver com a altura em que foi escrito. É certo que tem pontos comuns com a actualidade, mas para mim não funciona. Acho que a escrita torna a história ainda mais aborrecida e atroz de continuar com a sua leitura. Para mim é um não definitivo e não entendo toda hype em torno deste livro. Juro que não.



quinta-feira, 9 de abril de 2015

[Livro] Romance com o Duque, de Tessa Dare


Título Original: Romancing the Duke
Título em Português: Romance com o duque
Série: Castles Ever After #1
Autor(a): Tessa Dare
Editora: Topseller
Páginas: 304
Data de Publicação: 30 de Março de 2015

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Sinopse:
Uma donzela perdida, um castelo misterioso, um duque com um temperamento e um passado um pouco… complicados. O cenário perfeito para um amor improvável. Como filha de um afamado escritor, Isolde Ophelia Goodnight, também conhecida por Izzy, cresceu em redor de românticos contos de cavaleiros corajosos e belas donzelas. As histórias daqueles livros prometiam inúmeras possibilidades. E por isso mesmo nunca duvidou de que o romance teria lugar também na sua vida. À medida que foi crescendo, porém, foi riscando essas possibilidades da lista. Uma a uma: O patinho feio que se tornou cisne. Ser raptada por um atraente salteador de estrada. Ser salva da miséria por um príncipe encantado. Alto lá… Agora que os seus desejos de amor romântico se haviam gorado, Izzy já estava resignada a uma vida de mera subsistência. Mas havia um conto de fadas predestinado a esta mulher de vinte e seis anos, não tão atraente quanto isso, pobre e que nunca fora beijada. Esse conto de fadas era... Este.

Opinião:
Foi a primeira vez que um livro desta autora e, como gosto muito de romances históricos e a Julia Quinn (uma autora que gosto bastante) elogiou o livro e a sinopse atraiu-me, decidi ver como corria.

E ainda bem que o fiz.

Tessa Dare tem uma escrita leve e interessante, que nos prende com facilidade à história de Izzy Goodnight e de Ransom, Duque de Rothbury. Com momentos divertidos, aprendemos o quão forte Izzy é, o quão orgulhoso Ransom foi e aquilo porque passou.

Uma parte importante deste livro são os contos de boas noites, publicados por Sir Henry, pai de Izzy. São importantes porque levaram as pessoas a tornarem-se eles próprios cavaleiros e personagens de Moranglia, a terra imaginária dos contos – e vão ajudar Izzy quando ela mais precisa.

Ransom é um duque fechado e algo bruto, que mostra um lado sedutor e mais querido a Izzy com pequenos gestos que carregam em si grande importância.

Gostei muito de outra personagem do livro, Duncan, o criado pessoal do duque, pelo seu carácter e por ser tão fiel mesmo quando Ransom não o merecia.

Izzy é corajosa e não desiste apesar das muitas coisas que lhe acontecem – e é um pouco como a maioria de nós, que gosta de livros/filmes românticos – não quer dizer que acreditemos nos contos de fadas mas não desistimos das ideias que eles nos dão só porque aparecem muitas coisas a contrariá-los. E é algo a lutar, lutar por aquilo que queremos e não desistir.

Gostei bastante deste livro, da escrita divertida e excitante da autora, do perfil perigoso de Ransom e da bravura de Izzy, da lealdade de Duncan e todos os Moranglianos (por mais estranhos que possam ser). É um bom livro que vale a pena ler.