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sábado, 31 de outubro de 2015

Especial Halloween | Origens


Actualmente Halloween é um dos feriados mais importantes nos Estados Unidos da América, sendo o segundo feriado mais rentável, depois do Natal. Mas o que é o Halloween e como começou?

(This is Halloween, de Danny Elfman em Nightmare Before Christmas)

O Halloween celebra-se na noite de 31 de Outubro e é a abreviatura de All Hallows’ Evening. Tem as suas origens na cultura celta que há mais de 2.000 anos no dia 01 de Novembro celebrava o festival de Samhain. Este festival servia de celebração para o final da época de colheita das terras, e era nesta altura que o povo se preparava para o Inverno, organizando tudo o que era necessário para sobreviver às condições difíceis dessa época do ano.

Os Celtas, povos que viviam essencialmente na Irlanda, Reino Unido e norte de França, celebravam o início de um novo ano a 01 de Novembro. Acreditavam que na noite de 31 de Outubro para 01 de Novembro as fronteiras entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos se sobrepunham e, nessa noite, os mortos eram capazes de entrarem no mundo dos vivos e, assim, provocar desordem e destruir as culturas agrícolas.

(Samhain Night, de icefire8521)

Para acalmar os espíritos dos falecidos faziam comida que era oferecida aos mortos e mascaravam-se de forma a poderem sair à rua e não serem reconhecidos pelos espíritos. Mais tarde, quando o território dos Celtas foi invadido pelos Romanos, estes apoderaram-se da festividade e transformaram-na em algo associado à sua própria cultura. Se não os podes vencer, junta-te a eles, não é verdade? Uma vez que Samhain coincidia com dois festivais Romanos houve uma fusão de ambos. Roma no final de Outubro celebrava a passagem dos mortos e no início de Novembro tinham o dia em honra de Pomona, a deusa dos pomares.

Mais tarde, quando o Cristianismo apareceu, transformou o Samhain no dia de Todos os Santos, que ainda hoje se celebra a 01 de Novembro, e a noite anterior é, até hoje, considerada a Noite das Bruxas uma vez que estas se tornam mais fortes já que o véu entre os mortos e os vivos é mais fino.

A celebração, apesar de proibida pela Igreja Católica, continuou a ser feita às escondidas, tendo sido depois “exportada” para os para os EUA e Canadá, maioritariamente com a emigração irlandesa. Como a tolerância religiosa nestes países era maior, a continuação destes festejos pagãos tornou-se mais simples e acessível. Mantendo a memória dos espíritos e bruxas que andariam à solta naquela data, a tradição do dia das bruxas a 31 de Outubro foi criada e reforçada. A forma mais conhecida de celebração do Halloween, que se implantou na América do Norte e acabou por se espalhar um pouco por todo o mundo, pouco tem a ver com o género de celebração original. Nos dias de hoje, vemos crianças (e adultos) vestidos de fatos assustadores, como bruxas, vampiros, múmias, esqueletos, etc., que andam de casa em casa, à noite, a pedir doces, com a célebre frase “trick or treat!” (Partida ou doce).


As casas são enfeitadas com abóboras esculpidas com velas no interior (Jack o’Lantern – que tem origem na lenda irlandesa de Stingy Jack, um homem que teria enganado o diabo e este o teria castigado obrigando a vaguear o mundo apenas com uma lanterna – daí as “Jack o’Lantern), teias de aranhas, sons assustadores, etc. É costume organizar festas macabras, verem-se filmes de terror (como fizemos aqui no blog), etc. Como podem ter reparado pelo blog, as cores que mais vemos nesta época são preto e o laranja, em alusão à morte e às trevas e também em alusão ao outono, ao fogo e às famosas abóboras. Actualmente, um pouco como o Natal, esta celebração tornou-se um dia mais consumista, que se alastrou pelo mundo, chegando até a países como Portugal, ainda que no nosso caso seja mais festejado em escolas ou festas privadas, havendo muito poucos “trick-or-treaters”.

(Halloween, de yuta sakuma)

E vocês? Festejam o Halloween? Se sim, como? Contem-nos tudo :)

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Vamos ao cinema no Halloween?


Como todos os cinéfilos sabem, quintas-feiras são sinónimo de estreias e tendo em conta que esta é a quinta-feira antes do Halloween, decidimos compilar alguns filmes que achamos interessantes para esta época do ano. Alguns já estrearam em semanas anteriores, mas continuam em sala e não queríamos deixa-los de parte por causa disso. Quem mais como nós tem como "tradição" de Halloween ir ao cinema ver filmes que se enquadrem na época?

Nós já temos a nossa sessão planeada e podem contar com uma crítica a um deste filmes muito brevemente! ;) Sabemos que não é uma tradição muito comum em Portugal, é "uma cena americana", mas, digam-nos, o que pretendem fazer na noite de 31 de Outubro? Nada? Cinema? Festa de máscaras? As meninas do Pepita Mágica querem saber e, caso se mascarem, queremos ver as vossas fatiotas! :P

Aqui vão as nossas recomendações:


Título Original: Crimson Peak
Título em Português: Crimson Peak: A Colina Vermelha
Realização: Guillermo del Toro
Argumento: Guillermo del Toro, Matthew Robbins
Elenco Principal: Charlie Hunnam, Tom Hiddleston, Jessica Chastain, Mia Wasikowska, Jim Beaver
Ano: 2015 | Duração: 119 mins
Sinopse:
Quando o seu coração é roubado por um estranho sedutor, uma jovem é levada para uma casa no topo de uma colina de argila vermelha: um lugar repleto de segredos que a assombrarão para sempre. Entre o desejo e a escuridão, o mistério e a loucura, encontra-se a verdade por detrás de Crimson Peak.




Título Original: Z for Zachariah
Título em Português: Os Últimos Na Terra
Realização: Craig Zobel
Argumento: Nissar Modi (screenplay), Robert C. O'Brien (novel)
Elenco Principal: Margot Robbie, Chris Pine, Chiwetel Ejiofor
Ano: 2015 | Duração: 95 mins
Sinopse:
Após uma guerra nuclear, uma jovem mulher (Margot Robbie) sobrevive sozinha, temendo poder ser a proverbial última mulher na terra, até que tem a visão mais surpreendente da sua vida: outro ser humano. Trata-se de um cientista (Chiwetel Ejiofor), quase enlouquecido pela exposição à radiação e pela busca desesperada por outros. Um frágil e imperativo laço de confiança une-os. No entanto, quando um estranho (Chris Pine) entra no vale, o precário vínculo entre ambos começa a desvanecer.




Título Original: Goosebumps - Arrepios
Título em Português: Goosebumps - Arrepios
Realização: Rob Letterman
Argumento: Darren Lemke (screenplay); Scott Alexander & Larry Karaszewski (story); R.L. Stine (based on the books "Goosebumps" by)
Elenco Principal: Jack Black, Dylan Minnette. Odeya Rush, Amy Ryan, Ryan Lee, Jillian Bell
Ano: 2015 | Duração: 103 mins
Sinopse:
Aborrecido por se ter mudado de uma grande cidade para uma pequena cidade de provincia, Zach Cooper (Dylan Minnette), um jovem adolescente, começa a ver o lado positivo da situação quando conhece a bela Hannah (Odeya Rush), a sua vizinha do lado. Mas, todo o lado positivo tem um outro lado - negativo - e Zach dá de caras com este quando descobre que Hannah tem um pai misterioso que se revela senão outro mas R. L. Stine (Jack Black), o autor da série de livros mundialmente famosa ‘Arrepios’.




Título Original: Scouts Guide to the Zombie Apocalypse
Título em Português: Guia do Escuteiro para o Apocalipse Zombie
Realização: Christopher Landon
Argumento: Emi Mochizuki, Carrie Lee Wilson, Christopher Landon & Lona Williams
Elenco Principal: Tye Sheridan, David Koechner, Cloris Leachman¸ Halston Sage, Logan Miller, Joey Morgan, Sarah Dumont e Patrick Schwarzenegger
Ano: 2015 | Duração: 93 mins
Sinopse:
Três escuteiros e amigos de longa data juntam forças com uma corajosa empregada de bar para se tornarem nos heróis mais improváveis. Quando a pacífica cidade onde vivem é devastada por uma invasão zombie, eles vão colocar as suas capacidades de escuteiros na luta das suas vidas, para salvar a humanidade dos mortosvivos.




Título Original: The Last Witch Hunter
Título em Português: O Último Caçador de Bruxas
Realização: Breck Eisner
Argumento: Cory Goodman, Matt Sazama & Burk Sharpless
Elenco Principal: Vin Diesel, Rose Leslie, Elijah Wood
Ano: 2015 | Duração: 106 mins
Sinopse:
O último caçador de bruxas (Vin diesel) é tudo o que resta entre a humanidade e as forças combinadas das mais horríveis bruxas da história..


Algum destes filmes vos desperta a atenção? :)

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Especial Halloween | [Filme] Unfriended, de Levan Gabriadze



Título Original: Unfriended
Título em Português: --
Realização: Levan Gabriadze
Argumento: Nelson Greaves
Elenco Principal: Heather Sossaman, Matthew Bohrer, Courtney Halverson
Ano: 2015 | Duração: 83 mins

Sinopse:

A group of online chat room friends find themselves haunted by a mysterious, supernatural force using the account of their dead friend.

Opinião:
Este filme perturbou-me. E bastante!

Um grupo de amigos junta-se numa conversa no Skype, no aniversário da morte de uma amiga, Laura Barns. Laura tinha-se suicidado um ano antes depois de ter sofrido bastante com um vídeo divulgado na internet.

Os 83 minutos de filme tem como “cenário” – se é que podemos chamar de cenário – o desktop do portátil de Blair Lily. Nunca saímos deste frame. Tudo acontece online e temos acesso a isso através do computador de Blair. Parte do enredo centra-se nas consequências do bullying, em especial o cyberbullying. Laura suicidou-se devido à humilhação que os seus “amigos” a fizeram passar, pelos trolls idiotas da internet e o facto de não conseguir lidar com todo aquele ataque anónimo.

Este grupo de amigos junta-se numa conversa no Skype, mas há um elemento anónimo no grupo. Ninguém consegue perceber quem é, nem o tirar da conversa. Ele está sempre lá. Até que sabemos de que se trata de Laura, a rapariga que se suicidara há um ano.

Com as novas tecnologias a tomar conta do mundo, em todos os aspectos, Unfriended, também com o nome alternativo de Cybernatural, apesar de ser algo cliché nos elementos básicos de um filme de terror/found footage, aposta também na novidade. A Internet. Mantendo a imagem fixa ao desktop de um computador cria uma proximidade imensa entre o filme e o espectador. Tendo em conta que estava a ver este filme no meu computador tornou-se ainda mais “bizarra” – apesar de eu não ter um Mac e isso já ser um elemento estranho. No entanto, muitas vezes sentia que o filme se estava a passar no meu próprio portátil o que era assustador.

À primeira vista o filme poderia ter-se tornado monótono, mas mesmo sem grande movimento de imagem, o filme torna-se incrivelmente interessante e cumpre o que promete. É um filme assustador. Sobre bullying, cyberbullying, sobre amigos, as consequências dos nossos actos – até as mais “simples” brincadeiras podem ter repercussões avassaladoras – sobre os perigos da Internet. Eu sempre fui algo paranóica com a Internet e, se ainda não tinha motivos para isso, agora ainda fiquei mais. Todo o cuidado é pouco.

Inicialmente tinha dado uma avaliação mais baixa, mas pensando melhor no filme, nas suas consequências e as suas nuances vejo o quão bom este filme pode ser apesar das aparências.



terça-feira, 27 de outubro de 2015

Especial Halloween | [Livro] A Estranha Vida de Nobody Owens, de Neil Gaiman



Título Original: The Graveyard Book
Título em Português: A Estranha Vida de Nobody Owens
Série: --
Autor(a): Neil Gaiman
Editora: Editorial Presença
Páginas: 299
Data de Publicação : Maio de 2010

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Sinopse:
Nobody Owens podia ser um rapaz absolutamente normal, tirando o facto de viver num cemitério e de ter sido criado por fantasmas e almas penadas sempre guardado por Silas, o guarda solitário que não está nem morto nem vivo.

Opinião:
Neil Gaiman tem uma escrita mágica. Ainda não tive a oportunidade de ler muita coisa escrita por Gaiman, mas o que li e vi deixou-me maravilhada. Primeiro que tudo, Gaiman foi o argumentista de um dos meus episódios favoritos de Doctor Who, só por isso já tem o meu selo de aprovação; apenas vi a adaptação de Coraline e fiquei apaixonada; e no ano passado aventurei-me na sua literatura. Li O Oceano no Fim do Caminho e foi uma viagem extraordinária.

A Estranha Vida de Nobody Owen consegue manter o mesmo fascínio, no entanto há qualquer coisa em falta. A escrita é simples, mas tem um toque mágico meio infantil que é adorável. Neste livro acompanhamos a vida, como o próprio título indica, de Nobody Owens. Numa noite a sua família, pais e uma irmã mais velha, são assassinados e, por algum milagre, o bebé começa a sua aventura e vai ter ao cemitério perto de casa, onde é acolhido pelos seus habitantes. Há uma discussão sobre aceitar, ou não, uma criança viva no cemitério, mas ninguém consegue resistir ao bebé adorável e Nobody Owens torna-se numa habitante do cemitério, sendo-lhe concedido o Privilégio do Cemitério – dava-lhe a habilidade de ver os mortos e de ver como os mortos.

Nobody Owens apesar da sua estranha vida é um rapazinho normal e vai crescendo como qualquer outra criança. Mr. e Mrs. Owens tornam-se seus pais e Silas, o único não-fantasma e ser capaz de entrar e sair do cemitério, torna-se no tutor de Nobody, Bod para os amigos. A criança aprende a escrever e a ler, como uma criança normal, mas também aprende a Desvanecer e a Caminhar nos Sonhos, entre outras coisas fantasmagóricas.

Em certo momento, o cemitério começou a tornar-se demasiado pequeno, a criança queria explorar e, por isso, vai para a escola - que ao contrário dos seus colegas, estava lá apenas para aprender -, mas as coisas não correram muito bem. E o homem que tinha assassinado a sua família ainda andava atrás dele, para terminar o serviço.

Não vou avançar mais do que isto em termos de enredo do livro, porque é entrar no campo dos spoilers e eu não quero. Acho que se tivesse lido há uns aninhos teria gostado muito mais do que gostei. A escrita, tal como já disse, é incrível e tem um je ne sais quoi maravilhoso que nos faz mergulhar na estória de forma completa. Gostei de ler este livro, mas senti-me algo que defraudada; queria ter gostado mais, queria que o livro tivesse em mim um impacto maior. Continuo fã de Neil Gaiman e que venham mais livros deste autor, mas apesar de ter Nobody Owens guardado no meu coração, sinto que poderia ter conseguido um lugar bem mais acolhedor, e maior, no meu coração. Mas assim não aconteceu.


Já leram este livro em particular? Ou outro qualquer de Neil Gaiman? 
Partilhem as vossas opiniões connosco? 

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

[Desafio] Faerie



No início de Agosto, a Bioquímica da Leitura convidou-me a participar no seu desafio Faerie (que podem encontrar aqui), pois eu estava a ler, no momento, o Lago dos sonhos, da Juliet Marilier mas apesar da sua temática paranormal, este livro não lida com fadas – o que não me impediu de me juntar ao desafio :)

Como podem ter reparado, as minhas últimas críticas têm sido viradas para a temática das fadas, isto porque eu arranjei uns quantos livros e decidi que ia tentar ler o número máximo de páginas que se enquadrasse neste tema.

As regras eram muito simples, consistindo apenas na obrigatoriedade de nos mantermos dentro do tema: ler livros que tivessem fadas.

E aqui estão os resultados:
- City of Fae, de Pippa DaCosta - 336 páginas
- Legend of the Fae, de April Holthaus - 240 páginas
- Fairy Keeper, de Amy Bearce - 238 páginas
- A Court of thorn and roses, de Sarah J. Maas - 416 páginas
- Winter Queen, de Amber Argyle - 254 páginas
- Fae, de C.J. Abedi – 344 páginas

Total: 1828 páginas

Acho que até foi um bom total, que dizem? :p

E vocês, já leram algum destes livros? O meu favorito foi o A court of thorn and roses, e sei de um livro desta autora que também quero ler, Trono de Vidro, mais alguém está interessado em ler este? :D

domingo, 25 de outubro de 2015

[Teatro] Hamlet, de Lyndsey Turner


Título: Hamlet
Local: Barbican Theatre Texto: William Shakespeare
Encenação: Lyndsey Turnet
Produção: Sonia Friedman Productions
Cenários: Es Devlin | Guarda-Roupa: Katrina Lindsay
Luz: Jane Cox | Som: Christopher Shutt | Música: Jon Hopkins
Elenco Principal: Benedict Cumberbatch, Leo Bill, Siân Brooke, Anastasia Hille, Kobna Holdbrook-Smith, Jim Norton, Ciarán Hinds
Sinopse:
Benedict Cumberbatch takes on the title role in Shakespeare’s great tragedy. Directed by Lyndsey Turner (Posh, Chimerica) and produced by Sonia Friedman Productions, the Barbican presents an exclusive twelve-week run of this compelling new production in summer 2015.

As a country arms itself for war, a family tears itself apart. Forced to avenge his father’s death but paralysed by the task ahead, Hamlet rages against the impossibility of his predicament, threatening both his sanity and the security of the state.

Opinião da Carla:
Quando não podes ir ao teatro, o teatro vem até ti. E foi o que aconteceu com Hamlet, uma produção do Barbican Theatre que foi exibido directamente para vários cinemas em todo o mundo. Para quem ir a Londres não passa de um desejo irrealizável, e o facto de poder ver ao vivo uma produção desta envergadura, contando com nomes como Benedict Cumberbatch, ser um sonho para lá do desejo inalcançável, esta foi the next best thing.

Hamlet é uma das minha peças favoritas de William Shakespeare, se bem que é um pouco cedo para dizer tal, tendo em conta que o que li/vi da obra de Shakespeare é apenas a ponta do iceberg. Ainda assim, Hamlet não deixa de estar na categoria de favorito. Já vi várias representações quer seja em teatro ou filme, cheguei até a ver uma representação portuguesa da obra. Quem não nunca viu o filme 1996 em que Kenneth Branagh deu vida a Hamlet (e também foi o seu o realizador do mesmo) e Kate Winslet incarnou Ofélia? Mas o meu favorito, de longe, é a produção de Halmet da Royal Shakespeare Company com David Tennant na personagem principal.

Mas Hamlet de Benedict Cumberbatch não ficou longe da produção de RSC. Não deixo de ficar fascinada como uma peça com 400 anos continua a ser, ainda hoje, tantas vezes representada e todas elas tão diferentes, produções completamente dispares, em que os actores, representando a mesma personagem, conseguem trazer sempre algo novo. E foi isso que Benedict Cumberbatch fez.

Não me surpreende que Cumberbatch tenha sido incrível no seu papel de Hamlet, o que me tocou foi a intensidade com que o fez. Foi apenas soberbo na sua representação, mas tenho que realçar a actriz Siân Brooke, que deu vida a Ophelia. No início transpareceu tão perfeitamente a fragilidade e a inocência desta personagem, transformando-se de tal forma num ser demente quando esta perde a lucidez, depois da morte do pai. Surpreendeu-me verdadeiramente e, para mim, foi uma dos pontos altos em termos de representação.

A produção é algo que, confesso, encheu o olho e foi das melhores coisas que vi. Primeiro que tudo, tenho que admitir, que gosto que façam ligeiras alterações (em termos de guarda-roupa, cenários, etc), modernizando a peça, mas o texto continue a ser o autêntico, misturando o antigo e o novo, o clássico e o moderno de forma extraordinária, e sem parecer fora de contexto. Ophelia passeava-se pelo palco com uma câmara fotografia nas mãos; Horatio estava coberto de tatuagens e tinha um ar hipster; Hamlet começa a peça a ouvir música num gira-discos, usa t-shirts do David Bowie e hoodies. Quanto ao cenário, este, estava incrível, eu nem sei bem como descrever o quão bem pensado e construído ele estava. Era uma sala de jantar, mas transfigurava-se de tal forma que no momento seguinte era um ponto de vigia, uma sala de reuniões, um teatro e, mais tarde, um cenário de guerra. Mas sem a luz e o som, esta peça não teria metade do impacto que teve. Jogos de luz e sombra extraordinários, uso da música, e de outros efeitos sonoros, feitos com uma precisão fantástica.

E um ponto que tenho que ressaltar é o facto deste Hamlet não só ter uma soberba produção e representações geniais, mas ser uma forma de trazer um monumento como Shakespeare a um público mais jovem. Cumberbatch consegue com a sua simples presença levar um grupo de jovens que muito possivelmente nunca iria a uma peça destas. O facto de ser uma celebridade e ter uma legião de fãs (maioria raparigas e jovens, é certo, mas não vamos generalizar) não tem que ser uma coisa má, antes pelo contrário. E qualquer fangirl que se preze (e acreditem que 99.99% dxs Sherlockians o são) sabem comportar-se e sabem apreciar o trabalho de um actor que tanto estimam e adoram sem serem infantis e ridiculxs, e também apreciar o trabalho das restantes pessoas que deram o corpo e alma a este projecto. O nome Cumberbatch pode ser um farol para chamar um público pouco natural a andar nestas coisas e isso só é um ponto incrivelmente positivo.

Gostei imenso, e adoraria ver uma produção destas ao vivo, mas quando tal coisa é impossível, uma pessoa já fica mais do que satisfeita por ter uma oportunidade destas. Obrigada National Theatre Live, Barbican Theater e El Corte Inglés por proporcionarem uma coisa destas. Foi sublime, não sendo tão incrível como a produção de RSC em termos de impacto em mim, mas certamente superior em termos de ambiente e atmosfera criada para a peça. São duas produções de Hamlet que guardo com muito carinho no meu coração.


Opinião da Joana:
A segunda coisa melhor do que ver o Hamlet, com o Benedict Cumberbatch, no Barbican Theatre, é ver o Hamlet, com o Benedict Cumberbatch nos UCI Cinemas, em directo do National Theatre. E foi isso que nós fomos ver.

Já sabem que sou uma enorme fã do Benedict Cumberbatch (não só pela sua personagem na série Sherlock) e por isso quando surgiu esta oportunidade não pensei duas vezes. Com medo que a sala esgotasse, comprámos os bilhetes online e fomos cedo para o cinema – a sala não encheu mas quase. E havia pessoas de todas as idades a assistirem, assim como ingleses que não resistiram ao encanto de Hamlet.

Esta peça de William Shakespeare é, como talvez saibam, um pouco macabra e, acima de tudo, é conhecida pelo famoso discurso de Hamlet “To be, or not to be? That is the question (…)”. Porém, para mim, esse discurso não foi o ponto alto da peça, mas antes a representação de cada um dos actores e actrizes, o poder e vida que deram às suas personagens, as diferenças que eles podem mostrar em comparação com outros actores que fizeram os mesmos papéis (não em comparação de melhor/pior mas antes de distinto e inovador) e conseguem-nos tocar de maneiras tão diferentes, foi incrível. Conseguirem mostrar as dúvidas, os medos, a dor, que a personagem sente e consegui-lo passar para o público com tanta intensidade é difícil e estes artistas fizeram-no com uma subtileza e beleza que nos prendeu do início ao fim da peça.

Gostei imenso das filmagens, da luz e dos adereços utilizados durante a peça, da maneira como foram usados pelos actores e como conseguiam fazer parte do cenário e mesmo assim tudo “gritava” pela nossa atenção.

Acho que não houve nenhuma performance que não tenha gostado, todos os actores mostraram o melhor de si, aquilo que faz deles adorados do público e uma boa escolha para estas peças de Shakespeare. Sinto que não estou a ser eloquente o suficiente ou a mostrar o suficiente o quanto gostei ou o quão maravilhosos foram os actores, mas é talvez porque me tocou mais do que consigo analisar, principalmente por escrito.

Sem dúvida, algo a repetir com outras peças que a UCI Cinemas irá passar no El Corte Inglês – obrigada aos actores e a todos os envolvidos nesta peça e transmissão worldwide, foi fantástico.




sábado, 24 de outubro de 2015

Especial Halloween | [Filme] The Visit, de M. Night Shyamalan



Título Original: The Visit
Título em Português: A Visita
Realização: M. Night Shyamalan
Argumento: M. Night Shyamalan
Elenco Principal: Olivia DeJonge, Ed Oxenbould, Deanna Dunagan
Ano: 2015 | Duração: 94 mins

Sinopse:
Dois irmãos vão visitar os avós numa remota quinta, na Pensilvânia. Quando descobrem que o casal de idosos está envolvido em algo profundamente perturbador, vêem as suas hipóteses de regressar a casa a diminuírem de dia para dia.

Opinião:
Bem, eu nem sei bem como começar esta crítica. Estava tão curiosa em relação ao The Visit que quando me perguntaram “Hey, queres ir comigo ver o The Visit ao cinema?” automaticamente disse que sim. Confesso, no entanto, que nem sabia assim tanto quanto isso em relação ao filme. Mas… definitivamente aquilo que vi na sala de cinema não foi, de todo, algo que estivesse à espera.

The Visit é mais um filme de terror que tem por base found footage, ou seja, é tipo um documentário caseiro que dois miúdos fazem. Estes dois miúdos chamam-se Becca, a irmã mais velha e a aspirante a realizadora de documentários que quer libertar a mãe do passado negro com os respectivos pais, e Tyler, o irmãos mais novo que quer ser rapper. Becca e Tyler vão passar uma semana à casa dos avós que fica no meio de nenhures, onde nem há rede no telemóvel, enquanto a mãe vai numa viagem cruzeiro com o padrasto. O problema aqui é que os miúdos nunca conheceram os avós, uma vez que a mãe saiu de casa há 15 anos, para fugir com o pai das crianças – já que este não era aceite pelos pais da mãe -, e o objectivo é criar uma relação com eles, mas é tudo muito constrangedor e estranho.

Eu sei que o filme está catalogado como comédia terror, mas eu nem achei que o filme fosse de comédia ou de terror. Simplesmente achei-o aborrecido e ridículo. Só quando cheguei a casa me apercebi que era do mesmo realizador que o Sixth Sense ou Signs, que gostei de ambos, principalmente do primeiro, mas também do The Village que foi possivelmente dos piores filmes que já vi.


A estória até tinha um certo potencial, parte do que me tinha deixado curiosa, mas acho que foi muito mal executada. Não funcionou. Há um twist no filme (que sinceramente não estava à espera) que não faz sentido, e desenvolver os meus pensamentos em relação ao ridículo e estúpido da situação irá, involuntariamente, revelar o twist, por isso, fico-me por aqui, para já.

Passei o filme todo à espera que algo de interessante se passasse e nada. Quando finalmente (perto do último terço do filme) há aparência de que algo interessante (e assustador) vai acontecer… nada. Foi simplesmente tão aborrecido como estava a ser até então. Achei incrível a frieza e a capacidade lógica da miúda que durante o último quarto de filme teve para nunca largar a câmara de filmar e manter sempre o frame bem enquadrado. Ela está a fugir, a chorar, terrivelmente assustada, depois de tudo o que lhe aconteceu até àquele momento e que ainda está a acontecer, mas ela nunca larga a câmara e consegue manter sempre toda a gente dentro do plano. Parabéns, miúda. (note-se, por favor, o sarcasmo)


Sinto que não consigo passar exactamente aquilo que achei relativamente a The Visit sem explorar mais detalhadamente alguns aspectos do filme e não o posso fazer sem revelar spoilers, por isso o resto da crítica está escondida para aqueles que não querem ler spoilers; os demais, sigam por vossa conta e risco. O texto que se segue contém spoilers.



Acho que o filme tinha bastante potencial, como já disse, e acho que se tivesse apostado mais na comédia, ser um filme mais irónico e crítico teria sido mais interessante e, talvez, tivesse atingido o objectivo. Para mim não funcionou.


Quem já viu este filme?!

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Especial Halloween | TOP3 - Magia


O TOP 3 desta semana tem como tema a magia - não só está ligado ao Halloween como ao próprio blog. É um TOP conjunto, ao contrário dos TOPs anteriores. Decidimos que queríamos expandir um pouco o nosso horizonte e por isso dividimos este TOP em três categorias, como podem ver a seguir.


Carla

Não me conseguia decidir em que formato queria fazer este TOP relacionado com magia. É verdade que tenho um TOP focado em filmes (mas de terror), mas sentia que não ficaria satisfeita optando apenas por literatura, ou cinema ou televisão. Por essa razão, em vez de fazer os três favoritos sobre magia de literatura/cinema/televisão, decidi escolher o favorito de cada uma das categorias.


Esta parece uma escolha óbvia para a categoria de literatura. Há mais livros relacionados com magia que gosto bastante, mas nenhum consegue chegar aos pés de Harry Potter. O meu favorito dentro da saga é o A Ordem de Fenix, no entanto queria meter a saga como um todo porque Harry Potter não existe com apenas um livro... O mundo Harry Potter é o conjunto dos sete livros, a aventura que nos arrebatou em A Pedra Filosofal e nos levou até aos Talismãs da Morte. O magnífico desta saga é o imenso conteúdo que está fundido com a história de todas as personagens de Harry Potter. Mitologias, linguística, sendo apenas alguns exemplos. Mas para além destas coisas formais tem, também, lições extraordinárias. Harry Potter acompanhou a infância de muitos (a minha incluída), Harry e amigos cresceram connosco, e nós com eles, e aprendemos a força do amor, da amizade, que somos capazes de muito mais do que aquilo que pensamos inicialmente. A magia está dentro de cada um de nós. E mais do que tudo isto, Harry Potter foi a saga que me fez apaixonar pela literatura, e os primeiros livros que li sem ser obrigada e adorei.


Tal como aconteceu com Harry Potter, a Sabrina, a bruxinha adolescente (1996-2003) acompanhou a minha infância e adolescência. Quando era ainda uma criança pequena sonhava ser como a Sabrina... talvez um pouco menos propensa a desastres, mas queria ter a magia, as tias loucas, o gato que falava e as aventuras que ela vivia. Não cheguei a seguir a série na sua totalidade, mas não perdia um episódio na RTP2, se assim o pudesse evitar. Confesso que tenho saudades.


Uma vez que não queria repetir Harry Potter nesta categoria e porque Neverending Story (Wolfgang Petersen, 1984) entrou na minha vida muito antes da saga do pequeno feiticeiro, esta tinha que ser a minha escolha. Não tem o mesmo tipo de magia das escolhas anteriores, mas nunca me senti tão apaixonada por uma filme como por Neverending Story. Recordo-me de pedir aos meus pais para colocar o VHS (sim, porque nem sequer se sabia o que eram DVDs, na altura) deste filme vezes sem conta a dar. Enquanto outras crianças viam os filmes da Disney em loop, eu via Neverending Story. E a magia deste filme está no poder da literatura - e mesmo que na altura não tivesse uma grande ligação aos livros, talvez isto tenha sido um sinal que nunca tomei atenção; mas tem uma estória fantástica de amizade, força, magia e... mitologia por trás. Quem não conhece, por favor, vejam e deliciem-se. Um filme fantástico (no duplo sentido da palavra) com efeitos visuais algo "artesanais", mas que tornam o filme ainda mais extraordinário. 


Joana


É sempre difícil escolher um favorito mas aqui vai.


Não querendo repetir a Carla com o Harry Potter, que merece certamente vir como favorito, escolho antes Amante de Sonho, da Sherrylin Kenyon, que faz parte de uma colecção enorme (que continua a aumentar) que me foi apresentada pela Carla e da qual eu gosto muito: os Dark Hunters, ou Predadores da Noite na nossa tradução. Este livro (e os seguintes) apresenta um mundo como o nosso, no qual existem deuses, metamorfos, seres que nos invadem os sonhos, etc. A magia está muito presente nos poderes de cada personagem bem marcada nestes livros, trazendo um elemento de fantasia e do paranormal que agrada sempre à leitura.




Acho que a favorita é mesmo Supernatural. Com dois irmãos que têm uma vida na estrada a caçar monstros, como poderia não gostar? Dean e Sam Wincherster percorrem os EUA para lidar com mortes estranhas, demónios e anjos (com ajuda de Castiel, que forma o nosso trio), entre outras criaturas. A magia faz parte desta série no sentido em que temos bruxos, vampiros, etc, que decidem agir como querem e bem lhes apetece e que precisam de ser parados: “Saving People, Hunting Things- The Family Business”.



Eu, ao contrário da Carla, não resisti em colocar o Harry Potter nesta categoria. Os efeitos especiais, as histórias, os actores e as suas personagens, tudo nestes filmes, muito por causa dos livros, encanta-nos com a sua magia. O primeiro filme, Harry Potter and the Philosopher's Stone é sem sombra de dúvida o meu favorito, talvez por ser exactamente o primeiro, com aquela excitação e o início do que se mostrou uma grande aventura, seja com o hall decorado para o natal (ou para o halloween), ou com o primeiro jogo de Quidditch, etc, é um mundo a que é sempre bom voltar.