Título: Puro Sangue
Local: Auditório Municipal Augusto Cabrita
Texto: António Onetti
Encenação: Júlio Mesquita
Interpretação: Carolina Maya Brandão, Inês De Sá Frias, Leonel Moteiro, Miguel Linares, Miguel Sá Nogueira, Nuno Pereira, Pedro Linares, Pedro Martinho e Vicente Wallenstein
Produção: Vigilâmbulo Caolho
Local: Auditório Municipal Augusto Cabrita
Texto: António Onetti
Encenação: Júlio Mesquita
Interpretação: Carolina Maya Brandão, Inês De Sá Frias, Leonel Moteiro, Miguel Linares, Miguel Sá Nogueira, Nuno Pereira, Pedro Linares, Pedro Martinho e Vicente Wallenstein
Produção: Vigilâmbulo Caolho
Sinopse:
Num ambiente que poderá ser o de uma pequena comunidade andaluza, ou que talvez seja afinal o de qualquer dos micro-mundos que nos dão forma, dá-se um encontro entre um tiranete e seus acólitos, um jovem ingénuo, e uma jovem mulher marcada por um destino que não escolheu.
O processo criativo que a Vigilâmbulo Caolho escolheu para esta peça pretende colocar o foco no trabalho do actor, na sua intima relação com a personagem, e em todo o processo de procura e pesquisa para chegar à sua forma final. Este teatro foca-se numa partilha de pensamentos e emoções com o público, fazendo com que se dê uma identificação por parte de quem assiste. Para tal, trabalha-se a própria emoção/sensação do actor, não através da sua memória afectiva como recuperação, mas da presença dessas emoções/sensações no preciso momento da representação. Todo este método é revelado perante o público, através do assumir do artifício, o que leva a que o espectador acompanhe este processo de procura e descoberta no momento em que assiste ao espectáculo, de forma semelhante ao que ocorria na tragédia grega, e assim o envolvendo na experiência teatral.
Opinião:
Ontem foi O Dia Internacional do Teatro e por essa razão decidi ir ao teatro. Mentirinha! A minha ida ao teatro ter calhado precisamente no Dia Internacional do Teatro foi mera coincidência. Uma coincidência engraçada, mas coincidência ainda assim.
Fui assistir a Puro Sangue, encenado por Júlio Mesquita com texto de António Onetti, no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro. A viagem até lá foi uma aventura, mas isso é assunto para outro local e momento.
Comecemos pelo palco, uma vez que achei a organização do palco e plateia muito interessante. Duas filas de cadeiras foram colocadas num palanque, longitudinalmente em cada lado do palco e o cenário situava-se entre essas duas filas de cadeiras. O cenário era composto, ao centro, por três mesas rodeadas de cadeiras e uma mesa de jogo, daquelas com o tampo verde. Num lado um balcão de um bar e do lado oposto o chão estava coberto por cascalho, um tronco rachado e folhagem verde.
A minha relação com a peça é uma relação de mixed feelings. Em geral, achei a peça bastante fraca. Cenas demasiado longas, silêncios demasiado longos. A representação não era grande coisa, mas vim a saber que os actores não têm propriamente formação, que o fazem por gosto nos seus tempos livres - o que para mim já é uma mais valia. Acho que devido a esta lentidão não consegui ligar-me aos acontecimentos. E, sendo franca, houve uma altura que a minha cabeça simplesmente se apagou para o que estava a acontecer.
No entanto, houve alguns aspectos que gostei. Primeiro, o que achei interessante, foi que as personagens descreviam e narravam certas partes das cenas. Nunca tinha visto uma peça em que fizessem isso e achei engraçado e diferente. Em termos de representação, houve duas cenas que adorei de tão fortes e bem representadas que estavam: ainda relativamente no início, quando uma das personagens femininas chora agarrada ao tronco onde o seu pai morrera momentos antes; e a cena da luta entre as duas personagens femininas... Ambas as cenas foram extremamente fortes e violentas. Foram as minhas cenas favoritas porque foram os únicos momentos em que, mesmo que levemente, senti afectada por aquilo que estava a ver.Mas estes aspectos positivos não foram o suficiente para me fazer gostar em pleno da peça.
Ontem foi O Dia Internacional do Teatro e por essa razão decidi ir ao teatro. Mentirinha! A minha ida ao teatro ter calhado precisamente no Dia Internacional do Teatro foi mera coincidência. Uma coincidência engraçada, mas coincidência ainda assim.
Fui assistir a Puro Sangue, encenado por Júlio Mesquita com texto de António Onetti, no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro. A viagem até lá foi uma aventura, mas isso é assunto para outro local e momento.
Comecemos pelo palco, uma vez que achei a organização do palco e plateia muito interessante. Duas filas de cadeiras foram colocadas num palanque, longitudinalmente em cada lado do palco e o cenário situava-se entre essas duas filas de cadeiras. O cenário era composto, ao centro, por três mesas rodeadas de cadeiras e uma mesa de jogo, daquelas com o tampo verde. Num lado um balcão de um bar e do lado oposto o chão estava coberto por cascalho, um tronco rachado e folhagem verde.
A minha relação com a peça é uma relação de mixed feelings. Em geral, achei a peça bastante fraca. Cenas demasiado longas, silêncios demasiado longos. A representação não era grande coisa, mas vim a saber que os actores não têm propriamente formação, que o fazem por gosto nos seus tempos livres - o que para mim já é uma mais valia. Acho que devido a esta lentidão não consegui ligar-me aos acontecimentos. E, sendo franca, houve uma altura que a minha cabeça simplesmente se apagou para o que estava a acontecer.
No entanto, houve alguns aspectos que gostei. Primeiro, o que achei interessante, foi que as personagens descreviam e narravam certas partes das cenas. Nunca tinha visto uma peça em que fizessem isso e achei engraçado e diferente. Em termos de representação, houve duas cenas que adorei de tão fortes e bem representadas que estavam: ainda relativamente no início, quando uma das personagens femininas chora agarrada ao tronco onde o seu pai morrera momentos antes; e a cena da luta entre as duas personagens femininas... Ambas as cenas foram extremamente fortes e violentas. Foram as minhas cenas favoritas porque foram os únicos momentos em que, mesmo que levemente, senti afectada por aquilo que estava a ver.Mas estes aspectos positivos não foram o suficiente para me fazer gostar em pleno da peça.
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