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domingo, 8 de março de 2015

[Teatro] Macbeth, de Claudio Hochman


Título: Macbeth
Local: Teatro de Carnide
Adaptação e encenação: Claudio Hochman
Texto: William Shakespeare
Interpretação: António Sousa, Daniela Serra, Francisco Arraiol, Isabel Baleiras, João Gualdino, Jorge Miranda, Ricardo Gageiro, Rita Martins e Tiago Costa
Produção: Teatro de Carnide

Sinopse:
A obra de Shakespeare é de tal modo perdurável e atual, sejam que tempos forem, que as revisitações aos seus textos continuam a inspirar, como não sucede com nenhum outro autor, o trabalho de múltiplas companhias de teatro. O Teatro de Carnide não é exceção e, salientando o lado onírico e fantasmagórico de Macbeth, propõe contar, num tempo impreciso, a tragédia do guerreiro que, na busca pelo poder, assassina o seu rei e se apropria do trono. Inicia-se assim um reinado de terror, vincado na tormenta e no dilaceramento da culpa.

Reposição do espetáculo vencedor do CONTE - Concurso Nacional de Teatro 2014
Prémios do X Concurso Nacional de Teatro 2014:
Melhor Interpretação Masculina: João Gualdino
Melhor Interpretação Feminina: Rita Martins
Menção Honrosa nesta Categoria: Isabel Baleiras e Daniela Serra
Melhor Desenho de Luz: João Rafael Silva
Melhor Cenografia: Claudio Hochman
Melhor Encenação: Claudio Hochman
Melhor Espectáculo 2014: Macbeth, Produção Teatro de Carnide.


Opinião:
A sala do Teatro de Carnide é pequena, mas bastante confortável. Excepto, talvez, as escadas, que para uma pessoa com dificuldade em se mover dificilmente conseguirá subir até ao seu lugar.

Entramos e temos a plateia à nossa direita e o palco é esquerda. Em palco, ripas de tecido branco estavam pendurados do tecto até ao chão, deixando apenas uma pequena tira de palco visível. Tínhamos anteriormente sido avisados que luzes estroboscópicas seriam utilizadas por breves segundos.

Cláudio Hochman encena Macbeth, a tragédia amaldiçoada de William Shakespeare transformada aqui numa tragicomedia bastante interessante. Confesso que Macbeth é ainda uma das obras de Shakespeare que não li, dessa forma tentei perceber qual a sua história para depois ver até que ponto se mantiveram fiéis. Por aquilo que consegui compreender, mantiveram-se fiéis, criando algumas cenas cómicas que aliviavam o ambiente desta estória trágica.

O cenário limitava-se às tiras brancas penduradas do tecto ao chão, que foi usado durante todo o espectáculo num jogo de luzes e sombras muito bom. Foi possivelmente um dos elementos que mais gostei do espectáculo. A projecção das silhuetas, a criação de profundidade e de camadas muito bem conseguidas pela luz.

As bruxas e o soldado que fazia de tudo e mais alguma coisa foram, sem dúvida, as minhas personagens favoritas, no entanto todos estiverem muito bem e me apercebo que os prémios ganhos por esta produção do Teatro de Carnide foram bem merecidos. Uma produção muito bem feita. Isto mostra que, realmente, o menos é mais. Não é preciso muita extravagância para criar um bom espectáculo.

Foi a primeira vez que assisti a um espectáculo neste Teatro (e não será o último, garanto-vos), mas pareceu-me uma falha tremenda da minha parte ir para tão longe ver espectáculos quando tenho este “cantinho” com materiais tão bons mesmo ao pé de casa. Mas já é um erro corrigido. Claramente irei ficar de olho na programação deste espaço porque é perto de casa, agradável, as pessoas são uma simpatia e os preços fantásticos.



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