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terça-feira, 7 de julho de 2015

[Filme] Vice, de Brian A. Miller


Título Original: Vice
Título em Português: Vice - Cidade Sem Regras
Realização: Brian A. Miller
Argumento: Andre Fabrizio, Jeremy Passmore
Elenco Principal: Ambyr Childers, Bruce Willis, Bryan Greenberg, Charlotte Kirk, Thomas Jane
Ano: 2015 | Duração: 96 mins

Sinopse:
Julian Michaels é o dono de um hotel de luxo, Vice, onde tudo funciona roboticamente e os clientes podem fazer o quiserem com essas máquinas sem qualquer tipo de consequência. Mas as máquinas olham, sentem e pensam como seres humanos; quando um robot torna-se consciente e foge vai apanhar-se no fogo cruzado entre mercenários de Julian e um agente policial que está empenhado em encerrar, a todo o custo, o resort e terminar com a violência de uma vez por todas.

Opinião:
VICE é uma cidade sem regras. Um resort que tem “residentes” que são AI (artificial intelligence) e que, tendo dinheiro para marcar uma estadia nesta "cidade", qualquer um pode entrar e fazer o que lhe bem apetece sem ter de sofrer as consequências. Isso inclui: violações, mortes, lutas, apostas e coisas menos “agressivas”, também.


Este resort é comandado por Julian (Brice Willis) que controla e supervisiona tudo o que se passa no interior de VICE. Os “residentes” são robots, que na verdade são mais cyborgs do que apenas máquinas com inteligência artificial. Eles são clones humanos, mas mecanizados. Ou seja, o corpo é humano, grande parte dos órgãos são reais, mas não deixam de ser máquinas que são controladas pela central. Todos os “residentes” têm uma pulseira no pulso (que estão programados para não verem) que lhes apaga a memória e, por consequência, estão constantemente em loop, a viver o mesmo dia. Neste filme, este é o pormenor fundamental que distingue os humanos das máquinas.

O humano cresce e desenvolve-se com as experiências, com os erros e as suas consequências, se lhes apaga a memória não podem crescer e desenvolver a sua personalidade e a sua consciência. Enquanto o humano desenvolve-se, cresce e aprende, os “residentes” – as máquinas – estão constantemente paradas a reviver, vezes sem conta, o mesmo dia, as mesmas situações. Confesso que é um ponto interessante, ainda assim não concordo plenamente com esta ideia. Sim, a memória é uma parte fundamental de sermos quem somos e termos a personalidade e a bagagem emocional que temos, mas não será isso que nos vai separar das máquinas. Uma pessoa com amnésia, ou outra patologia que interfira com a memória, será uma máquina e menos humano?


A estória de Vice centra-se em Kelly (Ambyr Childers), uma “residente” que é morta logo no inicio do filme. Por mando de Julian, ela e a amiga, Melissa, são resgatadas, e fazem uma espécie de reboot à memória e todos as “feridas” são corrigidas. Depois de prontas voltam a ser inseridas na cidade VICE e nenhuma delas se lembra do que se passou. Bem, Kelly tem um glitch e começa a recordar-se de vários momentos que foram sempre apagados da sua memória. E foge de VICE. Há romance lá para o meio, não vou explorar essa vertente, porque não é assim tão significativa e é o típico romance.


A personagem de Roy (Thomas Janes) é bastante interessante apesar de ele ser o estereótipo andante de um detective neste género de filmes. O detective que é contra VICE – que representa o que ele mais despreza – tem aquele ar deslavado e junkie; fumador compulsivo que tenta deixar de fumar e por isso anda sempre com um fósforo na boca; está prestes a ser expulso da força policial porque nunca faz o que lhe mandam; mas no final era ele que tinha razão e acaba por resolver tudo.

Resumindo, o filme é relativamente satisfatório enquanto se está a ver. Se bem que a primeira metade do filme é bastante aborrecida, começando a ganhar passo apenas na segunda parte. As cenas tão todas muito típicas (não vou desenvolver porque não quero fazer qualquer tipo de spoiler involuntário, mas se virem o filme vão perceber). Tem um conceito ligeiramente diferente, mas acaba por se arrastar para os clichés de filmes de sci-fi/acção/AI. Eu já vi este filme há mais de uma semana e confesso que tive que ir rever algumas cenas para poder escrever esta crítica porque não é um filme que fique na memória.

Estava algo que interessada no filme pelo tema – inteligência artificial – mas não me ofereceu nada novo nem nenhuma prespectiva interessante. Nem sequer me deixou a pensar porque nada do que vi ali era novo. Tinha potencial, mas repensando o filme vejo que não atingiu os objectivos.



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